DO ENVIADO A CIUDAD GUAYANA

Em discurso ontem na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao colega colombiano, Álvaro Uribe, que em nenhum momento o PT recebeu dinheiro das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para o financiamento de campanhas eleitorais.
Ontem, ao negar publicamente pela primeira vez as recentes acusações de que o PT teria recebido dinheiro do grupo, Lula cometeu um deslize diplomático, pois, em meio à defesa de Chávez, disse que não transformou o Brasil numa Venezuela: "[Na campanha eleitoral] havia duas acusações contra mim em 2002. Que iria transformar o Brasil numa Venezuela, porque havia muitos conflitos, e porque eu estava sendo financiado pelas Farc. Nós não levamos a sério essas denúncias."
Duas semanas atrás, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Armando Félix, e o diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, admitiram a existência de um documento oficial que registra promessa de doação para a campanha petista de 2002.
A afirmação foi feita durante a abertura de reunião de cúpula na cidade de Ciudad Guayana. Além de Lula e Uribe, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também estavam no encontro.
Lula, a seguir, prosseguiu no tema, dizendo que o Brasil será sócio da Colômbia no combate às ações guerrilheiras das Farc -grupo que o Palácio do Planalto não rotula de "terrorista", ao contrário dos Estados Unidos.
(EDUARDO SCOLESE)


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