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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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NO AR

Fogo amigo

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

- Não sou só eu.
Era Heloísa Helena, na Band, com Eduardo Suplicy ao seu lado, em flagrante solidariedade.
Mas os "radicais" cederam. Não vão mais assinar a ação na Justiça contra a propaganda que Duda Mendonça criou para as reformas.
E falaram pouco. Lindberg Farias evitou as câmeras e os outros seguraram o "fogo amigo", na expressão de João Paulo, presidente da Câmara, na Jovem Pan.
Afinaram o discurso e o comportamento para não se mostrarem, como nos últimos dias, oposição ao PT. A "radical" Luciana Genro teria dado um beijo em Lula.
Mas o presidente, a exemplo de José Dirceu, que falou ao vivo à Globo, não cedeu no rigor. Declaração do ministro, que Lula teria repetido na reunião com a bancada:
- Vamos discutir e decidir. No PT, depois de decidir, todos têm que votar.
Lula, na reunião, teria lembrado as expulsões de 85. Não é pouca ameaça.
Com ou sem ameaça, os "radicais" afirmam que não dão o seu voto para a tributação dos inativos.
E tem mais. O presidente vai hoje ao Congresso, com os governadores, entregar as propostas de reforma.
Os "radicais" vão tentar, uma vez mais, para a exasperação de Lula e seu marqueteiro, roubar a cena num ato de servidores públicos.
 
Nesta semana das reformas, o governo vem produzindo boas notícias como nunca. Do dólar à gasolina, da projeção das exportações à "maior descoberta de gás natural".
Mas vêm os "radicais" e abafam todas. Não demora e Duda Mendonça aparece com algum jeito de neutralizar tão inusitada oposição.
 
Sem conseguir ser oposição como só o PT sabe ser, os tucanos correm atrás.
O deputado Luiz Carlos Hauly falava ontem à CBN de sua ação na Justiça contra a propaganda das reformas, na esteira de Heloísa Helena.
 
Garotinho seguiu mais de 80 blitze pelo Rio, na madrugada. Deu ordens pelo rádio, notas para os policiais.
Deu um show. Mas logo na estréia, no registro da Globo, uma "bomba explodiu no bairro de Botafogo, zona sul, e deixou um ferido".
Garotinho falou que a bomba não era do crime organizado e mais não disse.


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