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Governador sempre indicou os dirigentes
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerada a melhor TV
pública do país, a TV Cultura
de SP nunca teve dirigente
que não fosse indicado pelo
governador. Jorge da Cunha
Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta (que administra o canal) de 1995 a
2004, e presidente do conselho de 2004 até a próxima
eleição, disse à Folha nunca
ter visto "eleição que não
fosse previamente acertada".
O conselho tem entre seus
membros secretários de governos e representantes da
sociedade civil ligados ao governador. Além disso, o Estado de SP é responsável por
um terço da receita anual da
TV Cultura (R$ 80 milhões
de R$ 240 milhões), fatia que
já foi maior. Se um candidato
de oposição vencesse a eleição, ainda poderia sofrer
corte de verbas.
Ex-presidente da Radiobrás e atual conselheiro da
fundação, Eugênio Bucci
acha que, apesar disso, a
"Cultura é a mais democrática do país, mais até do que a
TV Brasil [criada por Lula a
partir da Radiobrás]".
"O presidente da TV Brasil
é definido pelo presidente da
República. O conselho não
participa da escolha. Na Cultura, a eleição de um opositor do governo é possível.
Claro que o governo pode asfixiar o orçamento da TV pública, mas a questão é cultural. O mais difícil é mudar o
hábito das pessoas. Há muitos profissionais indicados
por políticos, o que cria núcleos de poder e uma programação próxima ao interesse
do governo", afirma.
(LM e MCC)
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