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Painel
Lambança federal
FHC não gostou da trapalhada
em que se transformou a escolha
do novo líder do governo. Cobrou Serra, que não fora autorizado a convidar ninguém. E não
aceita acumulação de lideranças
(do governo e do PFL), condição
imposta por Inocêncio.
Conversa de surdos
Serra negou a FHC que tenha
convidado Inocêncio para líder
do governo. Apenas teria dito
que o cargo deveria ficar com o
PFL e que o pernambucano era o
nome mais indicado. Inocêncio
é que teria se precipitado e entendido como convite.
Trombada
Caciques do PSDB, do PMDB e
do PFL criticam Serra. Dizem
que ele tentou articular a ida de
Inocêncio para a liderança a fim
de se cacifar politicamente. A reclamação já chegou a FHC.
Feriu os brios
Pegou mal no PFL Serra ter dito a Inocêncio que ele deveria
ser líder do governo porque não
há outro nome no partido. Além
de 112 deputados, a legenda tem
dois ex-líderes: Benito Gama
(BA) e Luiz Carlos Santos (SP).
FHC dilui poder
Clóvis Carvalho jogou contra a
ida de Luiz Carlos Mendonça de
Barros para as Comunicações.
Barros era amigo de Serjão e dividia com ele um sentimento de
forte antipatia pelo ministro da
Casa Civil. Carvalho continua
poderoso, mas perdeu essa.
Vivendo de esperança
A direção do PT aposta em um
racha na esquerda do partido
para reverter no tapetão a decisão da seção fluminense de rejeitar apoio a Garotinho. Em muitos Estados, a ala tem candidatos que precisam do PDT.
Formação privilegiada
Avaliação do mercado financeiro: o Banco Matrix forma
bons quadros. Foram membros
do banco de investimentos o novo ministro das Comunicações,
Luiz Carlos Mendonça de Barros, e o novo presidente do
BNDES, André Lara Resende.
Continua vigiado
O novo secretário-executivo
dos Transportes, Paulo Fontenelle, indicado para o posto por
Clóvis Carvalho (Casa Civil),
tem a missão de acompanhar as
atividades do ministro Padilha e
de seu grupo político.
Vocação estudantil
O senador José Eduardo Dutra
(PT-SE) vai propor que o encontro nacional do PT lance a candidatura de Vladimir Palmeira a
presidente eterno da UNE.
Tom emocional
No programa de TV do PMDB
de SP, que irá ao ar na segunda,
Quércia deve admitir que teve e
superou um câncer na próstata.
O locutor dirá: "Tem sido um
vencedor de obstáculos, na vida
privada e na vida pública".
A política como ela é
Sarney escreveu uma carta para Itamar Franco reclamando de
ele ter posto em dúvida sua fidelidade na convenção do PMDB
que decidiu apoiar FHC. Itamar
fingiu que acreditou, e os dois
ontem trocaram afagos ontem
durante reunião do PMDB.
Amarelada
Antônio Brito fugiu da reunião
de ontem do PMDB que transformou Paes de Andrade em
uma espécie de rainha da Inglaterra do partido. Não quis se encontrar com Itamar Franco, que
tem dito que o governador gaúcho não o encara nos olhos.
Mera coincidência
Itamar desistiu de depor contra FHC no TSE e teve participação discreta na reunião do
PMDB após Pimenta da Veiga,
interlocutor do presidente, e Zé
Aparecido, seu escudeiro, terem
se encontrado recentemente.
Gaveta proposital
A Procuradoria da República
em Goiás está intimando a Funai
a demarcar uma área de 11 hectares no município de Aruanã,
pertencente aos índios Carajás.
O processo está parado desde a
gestão Iris Rezende na Justiça.
Várias mãos
O presidente do PSDB, Teotonio Vilela, que é candidato ao
governo de Alagoas, diz que até
o final da semana o partido decide quem faz o que na campanha.
E que a tendência é mesmo que
as tarefas sejam repartidas.
TIROTEIO
De João Paulo (PT-SP), sobre
FHC ter dito que comandará a
articulação com o Congresso
para aprovar as reformas:
- Só significa que o fisiologismo não será mais atendido por
prepostos, por gerentes de bancos. O negócio será feito diretamente com quem abre e fecha o
cofre, com o dono do banco.
CONTRAPONTO
Difícil até para Deus
A bancada do PT na Câmara se
reuniu ontem para discutir a crise aberta pela decisão da seção
fluminense do partido de não
apoiar Garotinho (candidato a
governador pelo PDT) e lançar
Vladimir Palmeira.
O apoio era a condição imposta por Brizola para apoiar Lula
na disputa pela Presidência.
Todos estavam tensos, e os
primeiros minutos se arrastavam: seguidamente tocava o celular de um dos presentes.
De repente, um dirigente protestou em voz alta:
- Vamos desligar isso aí!
O líder na Câmara, Marcelo
Déda, disse que não podia, pois
aguardava uma ligação de Lula.
Milton Temer precisava manter
contato com Vladimir Palmeira.
Jair Menegueli não aguentou:
- Mas assim não dá! O mundo não vai acabar em meia hora!
Dito isso, alguém, do fundo da
sala, disparou:
- Infelizmente não. Seria a
única forma de a gente resolver
esse problema...
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