São Paulo, quinta, 30 de abril de 1998

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GOVERNO
André Lara Resende, assessor de FHC, assume presidência do BNDES
Mendonça substitui Motta; Lara é indicado para o BNDES

Alan Marques - 25.nov.97/Folha Imagem
Luiz Carlos Mendonça de Barros, novo ministro das Comunicações


da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso definiu ontem, após reunião com a área econômica de seu governo, que Luiz Carlos Mendonça de Barros será o novo ministro das Comunicações, e André Lara Resende o substituirá na presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Mesmo antes da morte do ministro Sérgio Motta, o presidente Fernando Henrique Cardoso já havia colocado Mendonça de Barros no comando do processo de privatização da Telebrás. Esse processo está marcado para julho e tem arrecadação estimada em R$ 21 bilhões -a maior operação do gênero no país.
Lara Resende, um dos mentores intelectuais do Plano Real, vinha ocupando o cargo de assessor especial de FHC, elaborando a segunda etapa da reforma da Previdência.
A indicação de Mendonça de Barros para a pasta das Comunicações fortalece ainda mais o ministro José Serra (Saúde). Quando era ministro do Planejamento, foi o amigo Serra quem indicou Mendonça de Barros para comandar o BNDES.
Fernando Henrique disse que as duas nomeações indicam a "continuidade" do programa de privatização, considerado fundamental pela equipe econômica como instrumento de atração de investimentos externos.
"É a continuidade do programa de privatização, da mesma linha da administração do ministro Sérgio Motta, e continuidade no BNDES porque o Mendonça de Barros e o André Lara sempre trabalharam com muita consonância", afirmou o presidente.
Segundo FHC, as nomeações indicam que o governo levará adiante a privatização da Telebrás com "o mesmo elã (entusiasmo)".
Mendonça de Barros e Lara Resende foram diretores do Banco Central à época do Plano Cruzado (1986). Após deixarem o governo, em 1987, tornaram-se sócios do banco Matrix.
Lara Resende voltou ao governo para participar da elaboração do Plano Real, quando o Ministério da Fazenda era chefiado por Fernando Henrique. Ocupou formalmente o cargo de negociador da dívida externa, que deixou após fechar o acordo com os credores privados.
Mendonça de Barros assumiu o BNDES já no governo FHC com a missão de acelerar a privatização. Seu irmão José Roberto Mendonça de Barros também é influente na área econômica: hoje é secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, ligada ao Ministério da Fazenda.

Reunião
A reunião que definiu ontem as indicações ocorreu no Palácio da Alvorada e foi feita em duas etapas. Na primeira parte, o presidente Fernando Henrique se reuniu apenas com Mendonça de Barros.
Em seguida, juntaram-se a eles os ministros Pedro Malan (Fazenda), Paulo Paiva (Planejamento) e Clóvis Carvalho (Casa Civil). O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, também estava presente.
Mendonça de Barros, que exercia a função de coordenador da comissão especial de supervisão do processo de privatização das telecomunicações, já era um nome cotado para assumir o ministério.
Era amigo pessoal de Sérgio Motta, em cuja casa se hospedava quando estava em Brasília.



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