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SUCESSÃO
Presidente do PDT já articula com partidos para uma eventual candidatura sua à Presidência da República
Indefinição do PT faz Brizola buscar apoio
da Agência Folha, em Porto Alegre
Diante da indefinição do PT
sobre o futuro
da frente de
oposição (PT,
PDT, PSB e PC
do B), o presidente do PDT, Leonel Brizola, já
busca apoio para lançar-se candidato a presidente da República se
houver rompimento da aliança.
"O que Brizola está fazendo hoje
(ontem) no Rio Grande do Sul:
campanha. Enquanto o PT não se
resolve, nós vamos ficar parados?
A solução é Brizola candidato",
disse ontem o líder do PDT, Miro
Teixeira (RJ).
A Folha apurou que, na reunião
da frente de oposição realizada anteontem, Brizola disse a representantes do PC do B que gostaria de
ter o apoio do partido caso se concretize o rompimento da aliança.
Diante da decisão do PT do Rio
de não apoiar o pedetista Anthony
Garotinho, Brizola deu um ultimato: ou a candidatura de Vladimir Palmeira é revista ou o PDT
abandona a frente. Lula também
ameaça desistir de candidatar-se
caso não tenha o apoio do PDT.
Ainda que Brizola já esteja se articulando para uma possível candidatura, o dia ontem foi de conversas entre membros da frente
para tentar resolver a chamada
"questão do Rio".
"Lula tem de conversar com
Vladimir. Político tem de negociar. Nós queremos Lula candidato", afirmou o líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ).
Tempo
No Rio Grande do Sul, Brizola
afirmou que seu partido pretende
dar tempo ao PT antes de uma decisão sobre o futuro da aliança.
"Não vamos nos precipitar",
afirmou Brizola à Agência Folha,
ao responder se o prazo de 72 horas dado ao PT pelos líderes dos
partidos de oposição, na reunião
de anteontem, era definitivo.
"A rigor, não estamos dentro
de prazos. Alguém falou (na reunião) que a situação deveria ter
uma apreciação urgente", disse
Brizola, questionado se o PDT esperaria até 8 e 9 de maio, quando o
PT realiza encontro nacional.
"Há dois anos que venho lutando por essa aliança, mas quero
ser realista", disse o líder pedetista, referindo-se às chances de concretizar seu projeto.
"No meu conceito, considero
que a situação tornou-se muito difícil de superar pelas dificuldades
que o PT irá enfrentar para reverter a situação do Rio."
Brizola disse que a decisão do diretório fluminense do PT já causou consequências irreversíveis,
como o lançamento da senadora
Emília Fernandes (PDT-RS) para
disputar o governo gaúcho.
Brizola disse acreditar "100%"
em uma coligação dos partidos no
segundo turno e que o PT tem demonstrado "um despreparo
muito grande com a construção de
uma aliança".
O líder do PDT criticou a decisão
dos petistas fluminenses. Brizola
considerou a atitude dos filiados
"eleitoreira e fisiologista".
Desânimo
A bancada do PT na Câmara se
reuniu ontem para decidir o que
fazer. A reunião, no entanto, serviu apenas para acirrar mais as posições e revelar o desânimo quanto a uma solução negociada.
Uma das alternativas levantadas
seria abortar a candidatura de Vladimir Palmeira, seja por negociação política, decisão do Encontro
Nacional ou intervenção na direção do partido no Rio.
Outra proposta é pressionar o
PDT a aceitar a decisão do diretório do PT fluminense. Em contrapartida, Lula faria no Rio campanha para os candidatos do PT,
Vladimir Palmeira, e do PDT, Anthony Garotinho.
No entanto, a reunião acabou
sem consenso. "É evidente que há
uma tensão muito grande", disse
Miro Teixeira. "Estamos num impasse", afirmou o deputado José
Machado (PT-SP).
(LUCAS FIGUEIREDO e SANDRA HAHN)
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