São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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PAINEL

Manobra chapa-branca

A CPI dos Bancos reconvocou Chico Lopes na tentativa de preservar Malan (Fazenda). Os governistas da comissão não queriam mais ouvi-lo, mas voltaram atrás na esperança de tirar a oposição dos calcanhares do ministro. Pelo menos até conhecer o calibre da munição de Lopes.

Batendo cabeça

ACM sabia da manobra governista para reconvocar Chico Lopes e preservar Malan. Por isso ficou irritado quando Pimenta da Veiga (Comunicações) entrou no circuito, dizendo que o ministro não podia ser convocado. Só obrigou o baiano a falar grosso em defesa do Senado.

Razões tucanas

Pimenta (Comunicações) argumenta que a CPI só deve ouvir quem está diretamente envolvido na investigação, o que não considera ser o caso de Malan. O ministro acredita que sua convocação seria "um ato político negativo para o país". E que ACM "deveria compreender isso".

Funeral governista

Os líderes aliados do Planalto na Câmara sepultaram de vez o projeto que limitaria a imunidade de deputados e senadores.

Dança dos números

Pesquisa CNT-Vox Populi sobre intenção de voto para presidente que circula no Congresso: Lula (PT), 29%; Itamar (PMDB), 15%; ACM (PFL), 11%, e Serra (PSDB), 7%. O pefelista não esconde a alegria de ter aparecido na frente do ministro tucano.

Virou palavrão

Presidente do FonteCindam, Luís Antônio Gonçalves tem se queixado da qualificação de banqueiro que lhe é atribuída por senadores da CPI dos Bancos. Diz que só tem 6% das ações preferenciais (sem direito a voto), que recebeu como parte do salário.

Troca-troca partidário

O deputado federal Neuton Lima (SP) trocou o PDT pelo PFL. A bancada do partido em São Paulo sobe para oito membros.

Filme antigo

Motivo pelo qual José Serra (Saúde) disse a Téo Vilela (AL) que apoiaria "sem entusiasmo" sua recondução ao comando tucano, prevista para 15 de maio: o PSDB não teria defendido Mendonção o bastante durante a crise do grampo do BNDES.

Tirando casquinha

De Carlito Merss (PT-SC), ironizando o comportamento dos tucanos em relação à CPI dos Bancos: "O PSDB é o verdadeiro Partido da Social Bancocracia".

Os dois lados reclamam...

FHC tem se queixado mais dos amigos, sobretudo de ministros e de governadores tucanos, do que dos inimigos. Avalia que tem ficado sozinho na defesa do governo na CPI dos Bancos. Detalhe: em todas as crises de governo, adora fazer o papel de vítima.

... e ambos têm razão

Aliados antigos têm evitado comprar brigas pelo presidente por uma razão: acham que, no final, ele acaba cedendo às chantagens do adversário da hora e deixando os amigos na chuva.

O piloto sumiu

Não são só os tucanos que se dizem perplexos com a imobilidade política do Planalto. Pefelistas contam que têm cobrado uma postura mais afirmativa do presidente, que sempre demonstra receptividade, mas não age.

Sob controle

Pedro Novais (PMDB-MA) será o relator da Lei de Responsabilidade Fiscal na Câmara. Ex-secretário estadual da Fazenda, é um homem da estrita confiança do líder Geddel Lima (BA).

Contra o relógio

Maluf tem dedicado todo o seu tempo à costura da fusão do PPB com o PFL. Quer fechar o negócio antes que a sigla esvazie de vez, junto com o seu cacife. Problema: a base pefelista nos municípios não quer ouvir falar do assunto antes das eleições de 2000.

Engrossando o coro

O PPB de Goiás entrou no time dos pepebistas que querem trocar Maluf por Jarbas Passarinho na presidência do partido.

TIROTEIO

De Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre FHC ter dito que as pessoas que trabalham no governo não ganham bem, ao explicar o fato de Clóvis Carvalho (Casa Civil) ter usado avião da FAB para ir a Fernando de Noronha no Carnaval:
- É inaceitável. Ainda mais enquanto tenta justificar um aumento ridículo para o salário mínimo de fome.

CONTRAPONTO

Cruz credo!
Líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto encontrou-se anteontem com o Cabo Júlio (PL-MG) no plenário.
Ambos se cumprimentaram. Quando se afastavam, Costa Neto comentou:
- A gente se vê hoje à noite na festa, hein!?
Ele se referia à comemoração do aniversário de uma ex-assessora do partido. Pastor da Igreja Comunidade Evangélica, Cabo Júlio retrucou no ato:
- Aquela festa, tarde da noite, em uma boate?
Só então Costa Neto lembrou-se da condição do colega. Olhou em volta e viu que estavam cercados de deputados evangélicos.
O mineiro continuou:
- Além de não ir, assim que chegar em casa vou orar. Orar para que não haja bebida, para que não haja mulheres...
Costa Neto não perdeu o rebolado:
- Então só vá para casa amanhã. Porque festa sem mulher e sem bebida não dá.

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