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SISTEMA FINANCEIRO
Ministro admite pela primeira vez comparecer à comissão
Malan afirma que depõe
na CPI se for convocado
RENATO FRANZINI
de Nova York
O ministro da
Fazenda, Pedro
Malan, afirmou
ontem que aceita prestar depoimento à CPI dos
Bancos. "Se eu
for convocado, é
claro que vou. Depende de eles (os
membros da CPI) me chamarem",
disse o ministro, após participar de
um almoço em Nova York.
Essa é a primeira vez que o ministro da Fazenda admite em público a possibilidade de depor.
Essa hipótese vinha sendo defendida, em princípio, apenas por senadores de oposição, mas ganhou
adeptos mesmo entre aliados do
governo após a tentativa frustrada
de ouvir o ex-presidente do Banco
Central Francisco Lopes, na última
segunda-feira.
Na terça-feira, o presidente do
Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso deveria designar algum membro da equipe econômica para depor na comissão.
"Penso que alguém do governo
deve se prontificar a dizer tudo o
que acha. Pode ser Pedro Malan,
Armínio Fraga (presidente do BC)
ou outra pessoa do governo que se
coloque espontaneamente à disposição", afirmou ACM.
Naquele dia, o ministro -que
estava em Washington, participando de uma reunião do FMI
(Fundo Monetário Internacional)- não quis comentar a possibilidade de depor. Disse que não
falaria sobre hipóteses, já que não
havia sido convocado.
Durante o encontro do Fundo,
Malan evitou falar de política e
tentou pintar um quadro otimista
da economia brasileira.
Encontros reservados
Além das reuniões com dirigentes do Fundo, Malan teve encontros reservados com investidores
estrangeiros e autoridades financeiras dos EUA, do Reino Unido e
da Alemanha.
Ontem, Malan falou a 138 pessoas numa reunião fechada no
Council of Foreign Relations, uma
entidade independente que trata
de estudos de assuntos internacionais sediada em Nova York.
Segundo o cônsul do Brasil em
Nova York, Flávio Perri, Malan falou por 23 minutos para uma platéia de banqueiros, analistas de
mercado e estudiosos durante almoço organizado pelo economista
e brasilianista Albert Fishlow.
Na saída, Malan disse que "depende do nosso esforço" conseguir
a meta anunciada em Washington
pelo presidente do BC, Armínio
Fraga, de ter taxas de juros reais inferiores a 10% no final do ano.
Analistas de mercado têm se
mostrado entusiasmados com a
recuperação econômica do Brasil,
mas há quem diga que um possível
depoimento de Malan à CPI pode
esfriar essa onda de otimismo dos
mercados com o país.
"Se Malan for convocado, e eu
acredito que ele será, o mercado
vai cair devido ao medo", disse à
agência ""Reuters" o presidente do
banco European Inter-American
Finance, Martin Schubert.
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