São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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Procurador vê "má-fé" em ações do Marka depois de ajuda do BC

RICARDO GALHARDO
enviado especial ao Rio

O procurador Artur Gueiros, do Ministério Público Federal no Rio, disse ontem que, se for provado que o Banco Marka continuou atuando no mercado depois do dia 14 de janeiro, "houve no mínimo má-fé" de Salvatore Cacciola, o controlador da instituição.
"Essa informação é inusitada porque uma das cláusulas do socorro financeiro ao Marka previa que o banco se retirasse do mercado", disse Gueiros.
Levantamento feito pelo senador Eduardo Suplicy (PT) mostra que o Marka continuou operando no mercado até o dia 22 de janeiro, embora uma das exigências do Banco Central para liberar o socorro após a desvalorização do real fosse que o banco se retirasse do mercado após a operação.
"Se isso for comprovado, houve má-fé e desrespeito do senhor Cacciola com as pessoas com quem ele negociou", disse Gueiros.
Segundo o procurador, esse fato deve ser investigado pela CPI dos Bancos e pela Polícia Federal. "É uma informação relevante."
A Folha tentou falar ontem com o advogado de Cacciola, José Carlos Fragoso, mas ele não respondeu aos quatro recados deixados em seu escritório.
O procurador Davy Lincoln Rocha, que também atua nas investigações, pediu ontem proteção especial à PF devido a um telefonema anônimo durante a madrugada. A PF deve rastrear a ligação.
"Dei bobeira porque, desde que entrei para o Ministério Público, não pedi para tirarem meu nome da lista telefônica", disse.
O procurador não informou o teor do telefonema. A Folha apurou que a ameaça de ontem foi a segunda nesta semana.
Lincoln vai se afastar das investigações por uma semana, mas por outro motivo. Ele será hospitalizado amanhã para realização de uma cirurgia para retirada da vesícula.


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