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Procurador vê "má-fé" em ações
do Marka depois de ajuda do BC
RICARDO GALHARDO
enviado especial ao Rio
O procurador Artur Gueiros, do
Ministério Público Federal no Rio,
disse ontem que, se for provado
que o Banco Marka continuou
atuando no mercado depois do dia
14 de janeiro, "houve no mínimo
má-fé" de Salvatore Cacciola, o
controlador da instituição.
"Essa informação é inusitada
porque uma das cláusulas do socorro financeiro ao Marka previa
que o banco se retirasse do mercado", disse Gueiros.
Levantamento feito pelo senador
Eduardo Suplicy (PT) mostra que
o Marka continuou operando no
mercado até o dia 22 de janeiro,
embora uma das exigências do
Banco Central para liberar o socorro após a desvalorização do real
fosse que o banco se retirasse do
mercado após a operação.
"Se isso for comprovado, houve
má-fé e desrespeito do senhor Cacciola com as pessoas com quem ele
negociou", disse Gueiros.
Segundo o procurador, esse fato
deve ser investigado pela CPI dos
Bancos e pela Polícia Federal. "É
uma informação relevante."
A Folha tentou falar ontem com
o advogado de Cacciola, José Carlos Fragoso, mas ele não respondeu aos quatro recados deixados
em seu escritório.
O procurador Davy Lincoln Rocha, que também atua nas investigações, pediu ontem proteção especial à PF devido a um telefonema
anônimo durante a madrugada. A
PF deve rastrear a ligação.
"Dei bobeira porque, desde que
entrei para o Ministério Público,
não pedi para tirarem meu nome
da lista telefônica", disse.
O procurador não informou o
teor do telefonema. A Folha apurou que a ameaça de ontem foi a
segunda nesta semana.
Lincoln vai se afastar das investigações por uma semana, mas por
outro motivo. Ele será hospitalizado amanhã para realização de uma
cirurgia para retirada da vesícula.
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