São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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SETOR ELÉTRICO
Assembléia de acionistas no Rio não é realizada devido a cinco ações judiciais
Liminares adiam cisão de Furnas

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

Funcionários de Furnas Centrais Elétricas obtiveram na Justiça cinco liminares determinando a suspensão da assembléia de acionistas que votaria a cisão da empresa, passo rumo à privatização.
Graças às liminares, a assembléia, prevista para ontem, não aconteceu. Uma nova assembléia será convocada entre 30 dias e 60 dias, informou o presidente de Furnas, Celso Ferreira.
Os funcionários decidiram suspender a greve iniciada na terça-feira e voltam ao trabalho hoje.
A assembléia de acionistas seria às 10h, na sede da empresa, em Botafogo (zona sul do Rio). Às 8h30, o prédio já estava cercado por cerca de 500 grevistas que tentavam subir. Os diretores de Furnas, porém, haviam dormido no prédio, temendo que, com o cerco dos grevistas, não conseguissem subir ontem de manhã.
A Polícia Militar foi chamada pela diretoria de Furnas. Cerca de 150 PMs ocuparam o hall do prédio, bloquearam as escadas e pararam os elevadores. Houve tensão, mas não confronto. Por volta das 9h, começaram a chegar oficiais de Justiça com as liminares que suspendiam a assembléia.
Até o fim da tarde, estavam em vigor cinco liminares: uma concedida pela 28ª Vara Federal no Rio, atendendo a pedido da Associação dos Aposentados de Furnas; uma da 22ª Vara Federal no Rio, solicitada pelo Sindicato dos Urbanitários; uma obtida pela Associação dos Empregados de Furnas no TRF (Tribunal Regional Federal) no Rio; uma obtida pela bancada fluminense do PC do B em Brasília; e outra da Justiça Federal em Minas, pedida pelo Ministério Público Federal.
Essas duas últimas liminares foram enviadas ao Rio por carta precatória. Até o fechamento desta edição, o TRF analisava um recurso da Advocacia Geral da União e um mandado de segurança impetrado por Furnas para suspender as liminares.
O governo federal quer dividir Furnas em três unidades -duas geradoras e uma transmissora- para privatizar a empresa ainda no segundo semestre deste ano. Furnas fornece energia para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
O governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), compareceu a um ato realizado pelos eletricitários no final da tarde e disse que o governo fluminense irá à Justiça contra a privatização de Furnas.
Segundo Garotinho, o governo do Estado não tinha agido judicialmente até agora porque deixara as medidas judiciais para o governo de Itamar Franco (PMDB-MG). Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também esteve no ato.


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