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SETOR ELÉTRICO
Assembléia de acionistas no Rio não é realizada devido a cinco ações judiciais
Liminares adiam cisão de Furnas
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
Funcionários de Furnas Centrais
Elétricas obtiveram na Justiça cinco liminares determinando a suspensão da assembléia de acionistas
que votaria a cisão da empresa,
passo rumo à privatização.
Graças às liminares, a assembléia, prevista para ontem, não
aconteceu. Uma nova assembléia
será convocada entre 30 dias e 60
dias, informou o presidente de
Furnas, Celso Ferreira.
Os funcionários decidiram suspender a greve iniciada na terça-feira e voltam ao trabalho hoje.
A assembléia de acionistas seria
às 10h, na sede da empresa, em Botafogo (zona sul do Rio). Às 8h30,
o prédio já estava cercado por cerca de 500 grevistas que tentavam
subir. Os diretores de Furnas, porém, haviam dormido no prédio,
temendo que, com o cerco dos grevistas, não conseguissem subir ontem de manhã.
A Polícia Militar foi chamada pela diretoria de Furnas. Cerca de 150
PMs ocuparam o hall do prédio,
bloquearam as escadas e pararam
os elevadores. Houve tensão, mas
não confronto. Por volta das 9h,
começaram a chegar oficiais de
Justiça com as liminares que suspendiam a assembléia.
Até o fim da tarde, estavam em
vigor cinco liminares: uma concedida pela 28ª Vara Federal no Rio,
atendendo a pedido da Associação
dos Aposentados de Furnas; uma
da 22ª Vara Federal no Rio, solicitada pelo Sindicato dos Urbanitários; uma obtida pela Associação
dos Empregados de Furnas no
TRF (Tribunal Regional Federal)
no Rio; uma obtida pela bancada
fluminense do PC do B em Brasília;
e outra da Justiça Federal em Minas, pedida pelo Ministério Público Federal.
Essas duas últimas liminares foram enviadas ao Rio por carta precatória. Até o fechamento desta
edição, o TRF analisava um recurso da Advocacia Geral da União e
um mandado de segurança impetrado por Furnas para suspender
as liminares.
O governo federal quer dividir
Furnas em três unidades -duas
geradoras e uma transmissora-
para privatizar a empresa ainda no
segundo semestre deste ano. Furnas fornece energia para as regiões
Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), compareceu a
um ato realizado pelos eletricitários no final da tarde e disse que o
governo fluminense irá à Justiça
contra a privatização de Furnas.
Segundo Garotinho, o governo
do Estado não tinha agido judicialmente até agora porque deixara as
medidas judiciais para o governo
de Itamar Franco (PMDB-MG).
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também esteve no ato.
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