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NO AR
O bebê de Nizan
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Reza o Aurélio que populismo é a política de "aliciar"
os mais pobres.
Como lembrou Garotinho na
Jovem Pan, "o pior populismo
foi o cambial, que manteve US$
1 a R$ 1 para garantir a reeleição". E garantiu.
Alguns presidenciáveis, sabedores dos bons resultados, são
mais abertamente populistas
-como Garotinho, com promessas de salário mínimo a U$
100 e hotel a R$ 1.
Também como Lula, que chora para Duda Mendonça mostrar suas lágrimas no horário da
novela.
Até quem afeta pudor em ser
populista, como Ciro Gomes,
não demora para se mostrar dia
após dia ao lado da namorada
atriz de novela.
Por fim, tem José Serra. Dado
como antipático e avesso à publicidade, foi forçado ao populismo também ele.
Nos comerciais da nova safra
de Nizan Guanaes, os textos importam pouco. Exemplo:
- O senador mais votado do
Brasil. Um respeitado ministro
da Saúde. Mesmo quem ainda
não está informado sobre nada
disso sente que ele se preocupa
com as pessoas.
Cada afirmação tem alvo bem
definido. Mas o que importa é a
imagem.
Nizan Guanaes sempre volta a
uns poucos temas obsessivos.
Com Roseana Sarney, foram
cerveja e os bebês da Parmalat.
No caso do tucano, voltam os
bebês -sua campanha mais
bem-sucedida.
Lá está Serra com um bebê, se
esforçando por desviar a atenção da criança até conseguir dar
um remédio. O bebê sorri muito,
Serra também.
É como beijar criança em comício. Mas não é a mesma coisa
que manter o câmbio fixo.
No esforço de conter o avanço
de Lula no PMDB, a direção da
legenda já gravou propaganda
com Rita Camata como vice, segundo a Globo.
E o JN mostrou que Lula primeiro disse que Orestes Quércia
não foi condenado e depois que
só está querendo criar problemas para Serra. Sem falar de
Alexandre Garcia:
- O mais incrível é a seriedade com que apresentam os troca-trocas... O que Lula já disse
de Quércia foi muito além de cobras e lagartos. E sempre teve
resposta de Quércia.
Boris Casoy faz campanha para os candidatos deixarem claro
de onde vem o dinheiro de jatinhos, comerciais.
A única resposta partiu de Garotinho, que mandou perguntar
ao tesoureiro. O âncora disse esperar que o presidenciável, se for
eleito, responda ele próprio por
seus atos.
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