São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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NO AR

O bebê de Nizan

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Reza o Aurélio que populismo é a política de "aliciar" os mais pobres.
Como lembrou Garotinho na Jovem Pan, "o pior populismo foi o cambial, que manteve US$ 1 a R$ 1 para garantir a reeleição". E garantiu.
Alguns presidenciáveis, sabedores dos bons resultados, são mais abertamente populistas -como Garotinho, com promessas de salário mínimo a U$ 100 e hotel a R$ 1.
Também como Lula, que chora para Duda Mendonça mostrar suas lágrimas no horário da novela.
Até quem afeta pudor em ser populista, como Ciro Gomes, não demora para se mostrar dia após dia ao lado da namorada atriz de novela.
Por fim, tem José Serra. Dado como antipático e avesso à publicidade, foi forçado ao populismo também ele.
Nos comerciais da nova safra de Nizan Guanaes, os textos importam pouco. Exemplo:
- O senador mais votado do Brasil. Um respeitado ministro da Saúde. Mesmo quem ainda não está informado sobre nada disso sente que ele se preocupa com as pessoas.
Cada afirmação tem alvo bem definido. Mas o que importa é a imagem.
Nizan Guanaes sempre volta a uns poucos temas obsessivos. Com Roseana Sarney, foram cerveja e os bebês da Parmalat. No caso do tucano, voltam os bebês -sua campanha mais bem-sucedida.
Lá está Serra com um bebê, se esforçando por desviar a atenção da criança até conseguir dar um remédio. O bebê sorri muito, Serra também.
É como beijar criança em comício. Mas não é a mesma coisa que manter o câmbio fixo.
 
No esforço de conter o avanço de Lula no PMDB, a direção da legenda já gravou propaganda com Rita Camata como vice, segundo a Globo.
E o JN mostrou que Lula primeiro disse que Orestes Quércia não foi condenado e depois que só está querendo criar problemas para Serra. Sem falar de Alexandre Garcia:
- O mais incrível é a seriedade com que apresentam os troca-trocas... O que Lula já disse de Quércia foi muito além de cobras e lagartos. E sempre teve resposta de Quércia.
 
Boris Casoy faz campanha para os candidatos deixarem claro de onde vem o dinheiro de jatinhos, comerciais.
A única resposta partiu de Garotinho, que mandou perguntar ao tesoureiro. O âncora disse esperar que o presidenciável, se for eleito, responda ele próprio por seus atos.



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