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SALÁRIOS
Remunerações são vinculadas
Aumento para juízes valeria para Congresso
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A aprovação do aumento salarial dos juízes, previsto em projeto de lei, abrirá brecha para que os
deputados e os senadores também elevem a sua remuneração,
por causa de uma lei de 1992 que
estabelece a equivalência entre os
salários do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso.
Com base nessa equivalência, o
aumento dos congressistas seria
de 59%, e a remuneração deles
passaria de R$ 8.000 para R$
12.720, sem contar verbas extras.
Hoje os ministros do Supremo
têm remuneração variável, mas a
base de cálculo de seu valor é a
mesma da utilizada no Congresso: R$ 8.000. A maioria dos 11
membros do tribunal recebe R$
10.800 porque têm 35% de adicional por tempo de serviço.
Pela lei nš 8.448, de 21 de julho
de 1992, os salários dos membros
do Congresso, dos ministros de
Estado e dos ministros do Supremo serão "sempre equivalentes".
Assim, se a base salarial do Supremo mudar para R$ 12.720, os congressistas poderão pretender o
mesmo. O projeto enviado anteontem à Câmara pelo presidente do STF, ministro Marco Aurélio de Mello, eleva a base do tribunal de R$ 8.000 para aquele valor e
permite que a remuneração máxima chegue a R$ 17.171, incluídos
os 35% de tempo de serviço.
Ele tem efeito cascata em todo o
Judiciário Federal, porque os salários entre as instâncias são vinculados. O índice de reajuste será variável. Os juízes deixarão de receber vantagens obtidas por decisão
judicial, como a verba equivalente
ao auxílio-moradia.
A Folha apurou que o virtual
aumento da remuneração dos
congressistas poderá, por sua vez,
elevar o salário dos deputados estaduais. A Constituição permite
que eles recebam até 75% do vencimento dos federais.
Os juízes receberão em média
uma "bolada" de R$ 195 mil de
parcelas atrasadas do aumento
salarial se o texto do projeto for
mantido. Ele autoriza o pagamento retroativo a janeiro de 1998 e
prevê a liberação em 24 meses, a
partir de janeiro de 2003.
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