LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A evangélica que pregou a salvação de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, surpreendendo e constrangendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma cerimônia sobre saúde mental anteontem no Palácio do Planalto, celebrou o feito com as irmãs do traficante, de quem se considera amiga, e isentou os seguranças de culpa.
Rita Aparecida dos Passos, 37, diz que teve ajuda de Deus para falar com Lula e se diz uma "louca de Jesus". Entrou no Planalto sem figurar na lista de convidados: "Não foi difícil. Cheguei lá, pela porta da frente. Perguntaram meu nome e de onde vinha. Dei meu nome, disse que vinha de Sete Lagoas [MG] e me deram um adesivo. Não fiquei surpresa. Não esperava dificuldade porque, quando Deus quer operar, ninguém pode impedir. Os seguranças não têm culpa", disse ela.
O Planalto diz que a cerimônia de anteontem foi "atípica" devido à presença de portadores de distúrbios mentais. Como ela passou por um detector de metais e não portava armas, o Planalto avalia que não houve risco. No fim do dia, após saber que ela não era convidada, a assessoria disse que sua entrada foi autorizada de última hora por um funcionário do Ministério da Saúde. O ministério não comentou.
"Esse governo tem que abraçar esse excluído também. Ele não sabe o que é amar. Se o presidente e o povo do Brasil ensiná-lo, certamente ele vai mudar. Mas ele deve pagar pelo que fez", disse. Ela afirma ter estado com Beira-Mar na prisão em 2002 e o adotou como "filho espiritual".


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