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Governo pode impor "quarentena" de um ano a ex-funcionário público
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Está sob análise da Casa Civil
desde o dia 19 um anteprojeto
de lei que eleva de quatro meses para um ano o período de
quarentena para que funcionários que deixem o serviço público possam ingressar na iniciativa privada.
A Folha apurou que não há
fortes resistências ao projeto
no governo, especialmente depois da crise política. A proposta será colocada para consulta
pública a partir de amanhã. Somente deverá ser protocolada
no Congresso em dois meses, o
que torna seu debate em ano
eleitoral pouco provável.
O anteprojeto foi elaborado
pela Controladoria Geral da
União. Um prazo mais rigoroso
de quarentena vem sendo analisado pela CGU desde março
do ano passado. A proposta inicial era que a quarentena fosse
de dois anos.
O texto em discussão no governo estabelece ainda que "todos os agentes públicos do Poder Executivo Federal" sejam
obrigados a divulgar diariamente na internet sua agenda
de compromissos públicos.
A regra valeria para todos os
ministros, os comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, presidentes e diretores de autarquias, estatais,
fundações e sociedades de economia mista.
Os ex-funcionários, inclusive
em licença ou temporariamente afastados, teriam ainda que
enviar anualmente ao governo
"informações sobre sua situação patrimonial e atividades
econômicas ou profissionais".
Pela proposta, os ex-agentes
públicos não poderão ser remunerados pela União no período de quarentena. Somente
quando for comprovada a "impossibilidade de exercício de
atividade não conflitante com o
desempenho das atribuições
do cargo ou emprego por eles
ocupado" é que poderão ser autorizados a receber um salário
equivalente à remuneração do
cargo. Esses casos teriam de ser
analisados pela Comissão de
Ética Pública.
Quem tiver passado pelo governo, também não poderá
prestar serviços de consultoria
ou assessoria para o Executivo.
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