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Sede de R$ 100 mi é investigada
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de procuradores investiga a construção da nova sede
da Procuradoria Geral, o "Brindeirão". "As instalações são absolutamente imorais", diz o procurador Luiz Francisco de Souza.
"Foram gastos cerca de R$ 100
milhões numa obra com aditivos
sem justificativas técnicas".
O TCU detectou irregularidades
na contratação da Arquitetura e
Urbanismo Oscar Niemeyer S/C
Ltda. Para dispensar a licitação,
alegou-se a "notória especialização", mas o escritório subcontratou os serviços de engenharia. O
TCU, contudo, não apontou indícios de superfaturamento.
Recursos que deveriam ter sido
destinados ao edifício-sede foram
usados para pagar equipamentos
de informática e serviços de limpeza e vigilância do MPF.
"O prédio sofre ácidas críticas,
mas sou favorável", diz a procuradora Janice Ascari, de São Paulo.
"As instalações são excelentes e
funcionais e foram projetadas, como um bom administrador deve
fazer, prevendo-se um crescimento para dez anos." Ela diz que
várias procuradorias foram reformadas, ou criadas em regiões do
interior, na gestão de Brindeiro.
Luiza Cristina Frischeisen, de
São Paulo, não vê ostentação e diz
que a antiga sede era insuficiente.
Mas sugere verificar o eventual
excesso de serviços terceirizados.
O procurador João Marques
Brandão Neto, de Blumenau (SC),
compara a nova sede com as condições em que trabalha, em quatro salas alugadas: "A pia, para lavar a louça do café, tive de comprar com dinheiro do meu bolso".
O procurador André Barbeitas
gostaria que "uma parte ínfima"
dos gastos com a nova sede fosse
aplicada na procuradoria no Rio,
"prédio comercial, sem garagem e
em local que coloca em risco a segurança dos procuradores".
"A sede da PGR é uma extravagância, para que o MPF não seja
visto como menor que os órgãos
do Judiciário", pondera Eugênio
Araújo, do Distrito Federal.
(FV)
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