São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

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Governo decide liberar verba no período eleitoral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu, por meio de um parecer da AGU (Advocacia Geral da União), liberar o repasse de verbas em pleno período eleitoral para Estados e municípios realizarem obras e serviços que não estejam sequer iniciados, desde que estejam planejados.
A Lei Eleitoral proíbe as transferências, nos três meses antes das eleições, exceto nas hipóteses de recurso já previsto em convênios e que sejam para "obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado" e de "situações de emergência e calamidade".
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Sepúlveda Pertence, disse que o parecer poderá ser contestado e sinalizou a possibilidade de ser considerado ilegal, mas disse não ter lido o documento ainda.
Caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) dar a palavra final. Um ministro desse tribunal disse que o parecer poderá ser alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade. No TSE, poderá surgir consulta administrativa sobre a sua validade ou ação contra determinado repasse de verba.

Interpretação
A pedido do ministro José Dirceu (Casa Civil), a AGU examinou as exceções previstas na lei (nš 9.504/97) e deu uma interpretação flexível à exigência de que a obra esteja em andamento para ampliar as hipóteses de liberação de recursos a partir de 3 de julho.
Um parecer da própria AGU, editado no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), somente autorizava a liberação de verba para obras e serviços iniciados. Para o governo Lula, não é necessário que eles estejam "fisicamente iniciados".
"A interpretação que parece mais correta é a que tolera a possibilidade de obras ou serviços que, conquanto regulares e obedientes ao cronograma estabelecido, ainda não estejam em andamento fisicamente verificável na data limite para as transferências voluntárias", afirma o novo parecer da AGU. (SILVANA DE FREITAS)


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