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ELEIÇÕES 2004/ALIANÇAS
Apoio do partido de Ciro Gomes ao tucano será oficializado amanhã; decisão, que contraria o ministro, acentua racha na legenda
Serra atrai PPS e fica com maior tempo na TV
MURILO FIUZA DE MELO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PPS oficializa amanhã seu
apoio ao candidato do PSDB à
Prefeitura de São Paulo, José Serra. Com a decisão, Serra, que já
tem o vice do PFL, passa a ter no
mínimo 13min10s de tempo de televisão- o maior entre os candidatos à sucessão paulistana.
O segundo maior tempo é o da
prefeita Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, com 12min9s.
O apoio a Serra acentua o racha
no PPS. Apesar de ser da base de
sustentação do governo Lula, o
partido está dividido entre uma
ala mais próxima ao Planalto, liderada pelo ministro Ciro Gomes
(Integração Nacional), e uma
mais combativa, encabeçada pelo
presidente nacional da legenda,
deputado Roberto Freire (PE).
Há, ao menos, dois meses, o PT,
com a ajuda de Ciro, vinha tentando atrair o PPS para a coligação de Marta, que já conta com,
entre outros, PTB, PC do B e PL.
Freire era contrário. Na semana
passada, o deputado teve uma
reunião com Serra na qual acertou o apoio do PPS ao tucano.
Ciro havia articulado o lançamento da pré-candidatura do deputado federal João Herrmann
(SP), que perdeu a convenção do
partido para o deputado estadual
Arnaldo Jardim, líder do PPS na
Assembléia paulista e aliado do
governador Geraldo Alckmin
(PSDB). Herrmann até mudou
seu domicílio eleitoral para a capital. Na convenção, porém, Jardim o derrotou por 49 votos a 41.
A convenção também delegou à
Executiva municipal do PPS a decisão de homologar a candidatura
do líder na Assembléia. Ao apostar em Herrmann, Ciro tentava
evitar que Jardim, escolhido candidato, viesse a desistir em favor
de Serra, o que, de fato, ocorreu.
Anteontem, o deputado estadual renunciou à disputa da sucessão municipal, e a Executiva,
por 15 votos favoráveis, decidiu
pelo apoio a Serra. Dois integrantes da cúpula partidária defenderam uma aliança com a candidata
do PSB, a deputada federal Luiza
Erundina (SP). Só um optou pelo
apoio a Marta. Três se abstiveram.
Vereadores
O PPS também decidiu lançar
uma chapa própria de vereadores
na capital paulista. "No nosso entender, a eleição será polarizada
entre Marta e Serra. Nesse quadro, nossa candidatura não teria
um bom desempenho, e isso poderia afetar a nossa chapa de vereadores", disse Jardim. O partido
tem hoje só dois representantes
na Câmara Municipal. A projeção
do deputado é de, pelo menos,
conseguir dobrar essa bancada.
Para o presidente municipal do
PSDB, deputado estadual Edson
Aparecido, um dos coordenadores da campanha de Serra, o apoio
do PPS consolida a "aliança histórica" entre o PSDB e o partido.
"Eles estão juntos conosco desde
a gestão Mário Covas", afirmou.
Aparecido e Jardim admitem
que o apoio do PPS já no primeiro
turno poderá render espaço num
virtual governo Serra. Hoje, o partido, apesar de apoiar Alckmin na
Assembléia, não tem secretarias
estaduais. "Isso não foi discutido
ainda, mas não descartamos a
possibilidade do PPS estar no governo conosco", disse Aparecido.
Segundo a assessoria de Jardim,
Alckmin, Serra e Roberto Freire
participarão da cerimônia que
oficializará o apoio ao tucano.
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