São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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Acusada de extorsão, ex-secretária vai processar Valério por "piratear" e-mail

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Fernanda Karina Somaggio, que diz querer processar seu ex-patrão Marcos Valério, que a processa


DA REDAÇÃO

Acusada de tentativa de extorsão por seu ex-patrão Marcos Valério de Souza, a secretária Fernanda Karina Somaggio disse ontem que processará o publicitário por ter "pirateado" um e-mail seu, enviado ao jornalista Leonardo Attuch da revista "Istoé Dinheiro", que a havia entrevistado em setembro de 2004.
Uma cópia desse e-mail foi apresentado anteontem pela bancada do PT no Conselho de Ética da Câmara. Ela diz ter provas de que Marcos Valério violou seu sigilo postal na internet, mas não as apresentou. Segundo disse, a correspondência tratava de sua preocupação com o processo que havia sido iniciado contra ela por seu ex-patrão, sócio da SMPB Comunicação e um dos acusados de operar o suposto esquema de "mensalão" em nome do PT.
"Quem pirateou foi o Marcos Valério, tenho provas de que ele entrou no meu e-mail. (...) Verificamos com a "Istoé" e eles não passaram o e-mail para ninguém."
As declarações foram feitas ontem após a gravação do "Programa do Jô", na "TV Globo". Durante o programa, a secretária disse que três semanas depois de ter sido entrevistada pela revista (em setembro de 2004) deixaram uma cópia do e-mail em sua casa com a frase "é assim que você gosta de nós?" escrita à mão.
Karina disse reconhecer a caligrafia, que seria de uma das secretárias com quem havia trabalhado na SMPB, chamada Adriana.
Depois disso, diz, passou a receber ligações anônimas com ameaças veladas, supostamente motivadas pela entrevista em que relatou ter visto "malas de dinheiro" saírem da SMPB. Ela nega que tenha usado as denúncias que fez na entrevista -não publicada na época- para tentar extorquir Valério, cujo processo contra ela é anterior ao relato que Jefferson fez à Folha sobre o suposto envolvimento do publicitário com o esquema. Ele nega as acusações.

Estatais
Ainda ontem, um dia depois de ter negado ao Conselho de Ética que o dinheiro sacado por Valério para supostamente abastecer o "mensalão" vinha de estatais, Karina afirmou que costumava ouvir de funcionários do setor financeiro da SMPB que os recursos vinham de empresas como "Correios e Banco do Brasil". Disse ainda ser tarefa da Polícia Federal, e não dela, provar isso.


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