São Paulo, terça, 30 de junho de 1998

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PAINEL

Faz jus à fama...
O Orçamento de 98 autoriza o governo a gastar R$ 1,54 bilhão em habitação. Mas, até o último dia 20, FHC tinha usado apenas R$ 8,5 milhões -0,55% do total. Se continuar nesse ritmo, o alardeado "pacote habitação", de R$ 6 bilhões, poderá acabar batizado de "pacote enganação".

...de pão duro
O gasto do governo em habitação no 1º semestre (só 0,55% do que podia usar, segundo o Siafi) mostra que há grande diferença entre o discurso e a prática do Planalto. Não basta anunciar que vai liberar verbas que estavam suspensas. FHC precisa executar o Orçamento de fato.

Me dá um trocado aí
Para a equipe econômica, mesmo que o aumento de gastos prometido por FHC fique apenas no discurso, uma boa dor de cabeça já está garantida. Governadores, prefeitos e deputados correrão aos ministérios fazendo pressão por mais verbas.

Crítica federal
De Paulo Bernardo (PT-PR), deputado especialista em Orçamento, sobre a promessa de FHC de aumentar gastos: "Perdeu o respeito próprio e vestiu o pior figurino do politicão. Faz um anúncio eleitoreiro, sabendo que não o cumprirá".

Passando recibo
FHC tentou fugir ontem o tempo todo das perguntas sobre a licença de Covas e de Britto, governadores que disputarão a reeleição fora do cargo. Encurralado, respondeu com a voz perfeita: "Estou afônico".

Termos do acordo
De Ciro Gomes (PPS), contando a Álvaro Valle (PL) o que disse a Tasso Jereissati (PSDB) sobre as sucessões presidencial e cearense: "Eu voto em ti (Tasso) pra governador. Você vota em FHC. E o povo do Ceará vota em mim (pra presidente)".

Milhões de motivos
Covas queria que o PTB indicasse Celso Giglio para senador em sua chapa. Acabou tendo que engolir João Leite Neto, que saiu da Cosesp mal avaliado.

Capital suspeito
Discretamente, foi armada em São Paulo para ocorrer em breve a transferência de US$ 39 milhões de bancos nos EUA (Texas, Nova York e Minessota) para a Inglaterra e a Holanda. O dinheiro tem origem em negócios feitos no Brasil que estão sob investigação da Polícia Federal.

Viram que iam perder
O PMDB pró-FHC blefa quando diz ter maioria no partido. Ganhou a convenção de março com apoio dos convencionais ligados a Sarney, que agora jogou com os oposicionistas. A derrota do grupo começou quando Sarney ajudou Paes a ficar na presidência da sigla no último dia 18.

Tem gente com insônia
FHC não dirá agora, porque quer ganhar a eleição, mas um cacique do comando de campanha jura que não valem mais as promessas que o presidente fez ao grupo governista do PMDB para o sonhado 2º mandato.

Os dois são verdes
A polarização de Eduardo Suplicy com Oscar Schmidt (PPB) na disputa pelo Senado já preocupa o PT paulista. O partido terá dificuldade de acusar o malufista de inexperiência política sem atingir Marta, mulher de Suplicy e candidata ao governo.

Guerra no ar
A Bandeirantes e o Canal 21 fazem reunião amanhã com assessores dos candidatos ao governo de SP para bater o martelo sobre um debate em 25 de agosto -a idéia da TV era fazer três encontros, mas deve ficar só em um. A Globo está organizando outro.

Visita à Folha
O ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado da chefe de gabinete, Maria Sílvia Lauandos, e da consultora de comunicação Fátima Turci.

O chefe do cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo, Murillo Antunes Alves, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do governador Dante de Oliveira (PSDB), dizendo que está caindo a vantagem que o pefelista Júlio Campos, apoiado pelo peemedebista Carlos Bezerra, tem nas pesquisas sobre a sucessão no Mato Grosso:
- O povo dá sinais de que vai rejeitar uma aliança espúria entre o PFL e o PMDB, duas forças que sempre se digladiaram.

CONTRAPONTO

Farra do óleo
A instalação da ANP (Agência Nacional do Petróleo) no Rio e o fim do monopólio da Petrobrás teriam atraído, segundo o governo, cerca de 80 empresas do setor para a cidade.
A sede da ANP foi escolhida contra a vontade do seu diretor-geral, David Zylbersztajn, que preferia Brasília.
Há alguns dias, ele e a mulher, Beatriz, filha de FHC, foram visitar apartamentos para alugar.
Depois de muito procurar, acabaram encontrando um que enfim os agradou.
Na hora em que ouviu o preço, porém, Zylbersztajn se assustou e disse ao corretor:
- É muito caro. Você não vai conseguir alugá-lo nunca.
O corretor, sem saber com quem estava falando, respondeu, de forma impassível:
- O sr. é quem pensa. A procura por esse tipo de apartamento (alto padrão) explodiu. Esse pessoal do petróleo que está chegando à cidade paga o que a gente pede, sem pestanejar.


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