SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília

Mesmo sem o apoio do PMDB à sua reeleição, Fernando Henrique Cardoso utilizará quase metade do horário eleitoral gratuito destinado à campanha presidencial.
A propaganda dos candidatos à Presidência da República no rádio e na televisão será veiculada às terças e quintas-feiras e aos sábados, em dois blocos por dia de 25 minutos cada. O início será no dia 18 de agosto.
Uma estimativa sobre a distribuição do horário gratuito indica que FHC ocupará 24 minutos e 8 segundos do total de 50 minutos dos dois blocos de propaganda eleitoral.
Além do presidente, deve haver pelo menos outros nove candidatos. FHC dispõe de quase metade do tempo porque tem o apoio dos maiores partidos.
Dois terços do tempo serão distribuídos proporcionalmente ao número de deputados federais que cada partido elegeu em 1994. Um terço é dividido igualitariamente entre os candidatos.
A coligação que apoiará o presidente -formada pelo PFL, PSDB, PPB e PSD- tem 270 representantes na Câmara dos Deputados (66,5%, excluída a bancada do PMDB), o que assegura ampla vantagem na divisão do horário.
Como o PMDB não vai integrar a coligação de FHC e não terá candidato próprio, os 6 minutos e 58 segundos que seriam destinados a um candidato peemedebista terão de ser distribuídos proporcionalmente ao número de deputados dos outros partidos.
O segundo maior beneficiado na divisão do tempo de campanha no rádio e na TV será o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele terá 10 minutos e 33 segundos, equivalentes a cerca de 20% do tempo total dos dois blocos de propaganda presidencial.
Dos 10 prováveis candidatos a presidente, 7 são de partidos "nanicos". Desses, 4 terão o tempo mínimo de aparição de 50 segundos em cada bloco. Um deles é Enéas Carneiro, do Prona, que ficou conhecido em 89 justamente por ter aparição muito rápida.
A Folha não conseguiu contato o PRP, outro partido nanico que perdeu seu único representante na Câmara para o PPB. Proporcionalmente, o partido teria direito a 5 segundos, que terão de ser redistribuídos se o partido não lançar candidato nem se coligar.



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