São Paulo, Quarta-feira, 30 de Junho de 1999
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Presidente cometeu erro em citação, diz filósofo

do enviado especial ao Rio

Esta é a segunda vez, em 18 meses, que FHC fala do conceito de "universal concreto", do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). Como em 17 de dezembro de 1997, diante de empresários, ontem ele também disse que não se estenderia no tema.
Segundo o professor de filosofia Roberto Romano, ao dizer que o conceito de "humanidade ativa" é "um outro tipo de universal concreto", FHC cometeu erro.
"Não pode existir outro universal concreto. O universal concreto é único", disse Romano à Folha.
Outros três professores de filosofia a quem a Folha relatou as declarações de FHC disseram que não tinham entendido o que o presidente quis dizer com sua frase.
"Em última instância, segundo Hegel, o universal concreto é o espírito absoluto, é a totalidade. Não há variáveis do universal concreto", afirma Roberto Romano, 53, professor titular da Unicamp.
Ele diz que Hegel contrapõe o "universal concreto" ao "universal abstrato", que não dá conta da passagem do mais amplo para o mais restrito. O "universal concreto", por ser a síntese de múltiplas determinações, a unidade do diverso, dá conta da passagem.
Na referência que fez ao conceito, em dezembro de 1997, FHC disse que considerava a humanidade um "universal concreto", resultante do processo de globalização da economia mundial.
(CELS)


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