São Paulo, sábado, 30 de julho de 2005

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PAINEL

Acordão no telhado
O depoimento de João Cláudio Genu à PF levou pânico às hostes governistas, que comemoravam uma semana "tranqüila". A avaliação corrente é que fica cada vez mais difícil cassar Roberto Jefferson (PTB-RJ) sob a acusação de ter fantasiado a existência do "mensalão".

Eu já sabia
Petistas acham que a confirmação de Genu da existência do "mensalão" dá a Jefferson munição extra para o embate com José Dirceu (PT-SP) na terça no Conselho de Ética da Câmara.

Alvo certo
Com a confissão de Genu, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas passou a ser visto como a próxima bomba a explodir.

Medo de censura
A oposição na CPI dos Correios teme que as novas regras para consulta de documentos sejam uma forma de restringir o acesso a informações e reclamam de não terem recebido até agora nenhuma sistematização dos documentos já coletados.

CPI do B
A subcomissão de depoimentos da CPI dos Correios, que deverá ser comandada por José Eduardo Cardozo (PT-SP), ouvirá algumas das 40 pessoas cujas oitivas foram aprovadas e que não são consideradas centrais para as investigações. A proposta será votada terça.

Aluno aplicado
Da CPI dos Correios, Maurício Rands (PT-PE) não larga os livros "CPI ao Pé da Letra", de Ovídio Rocha Barros, e "Comissões Parlamentares de Inquérito", de Plínio Salgado.

Outro lado
Walfrido Mares Guia diz que não tinha relação com Marcos Valério em 1998, quando Eduardo Azeredo tentou se reeleger governador de Minas. Portanto, segue o ministro do Turismo, ele não estaria entre os responsáveis pela injeção de recursos de MV na campanha do tucano.

Salada mista 1
O Ministério Público começa a enxergar vínculos entre o "caso Santo André" e a investigação de superfaturamento na Ceagesp. Uma das pessoas que trabalhou na central de abastecimento de São Paulo até 2004 também aparece na apuração da corrupção na cidade do ABC paulista.

Salada mista 2
Não é apenas o Ministério Público que investiga a gestão petista na Ceagesp, sob comando do governo federal. A Controladoria Geral da União já alertou a empresa de que funcionários indicados pelo PT ocupam irregularmente cargos de confiança.

Mamão com açúcar
Na lista de nomes está Edvaldo Pereira de Souza, irmão de Emídio de Souza, prefeito petista de Osasco e aliado do deputado João Paulo Cunha (PT).

Faça o que eu digo
Desafetos de Eduardo Suplicy no PT de São Paulo sugerem que o senador, ao alertar Lula sobre os perigos da reeleição, pense também no próprio caso. Ele buscará novo mandato em 2006.

Caiu na rede
Depois da Schincariol e da Daslu, chegou a vez de Marcos Valério. A Receita Federal informou ontem à CPI dos Correios que abriu ação fiscal contra o empresário, sua mulher, Renilda, e cinco agências do casal, entre elas SMPB e DNA.

O último apaga a luz
A DNA Propaganda comunicou oficialmente ontem aos funcionários o fechamento do escritório de Brasília. No site da SMPB, outra das agências de Marcos Valério, o link para os clientes está em branco.

Pedágio
Vai de FHC a Eduardo Suplicy, passando pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, a lista de políticos que gravaram depoimentos sobre Ana Paula Padrão para exibição no SBT. Todos elogiosos à jornalista, prestes a estrear na emissora.

TIROTEIO

Do deputado Ricardo Barros (PP-PR), rejeitando a possibilidade de "acordão" para salvar acusados de corrupção:
-Se houver pizza, todos nós seremos alçados à condição de cúmplices do "mensalão".

CONTRAPONTO

Não é comigo

Dois deputados petistas comentavam a seqüência de declarações do colega Professor Luizinho a respeito da revelação de que um assessor seu sacou das contas de Marcos Valério.
Primeiro, o deputado afirmou que o sacador era um homônimo de seu auxiliar. A versão foi desmontada pela CPI. Depois, disse tratar-se de "falsificação". Por fim, reconheceu o saque, que teria sido feito para saldar "dívida de campanha".
-A situação ficou feia para o Luizinho-, observou um dos deputados, para em seguida rememorar uma antiga piada:
-O matuto é flagrado roubando um porco, que ele carregava nas costas. Questionado pelo fazendeiro, nega o crime. O homem, por sua vez, diz que a prova está bem em cima dele.
-E daí, o que ele faz?-, perguntou o outro deputado.
-Finge um susto e começa a gritar: "tira esse bicho daqui"!


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