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Alckmin elogia governador do ES, que prefere ficar longe
LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A VITÓRIA (ES)
Quando o candidato tucano à
Presidência da República, Geraldo Alckmin, desembarcou
ontem às 11h30, em Vitória, no
Espírito Santo, deu de cara, ainda no aeroporto, com faixas em
que seu retrato aparece lado a
lado com o do candidato peemedebista à reeleição no Estado, Paulo Hartung.
Logo depois, no Clube Náutico Brasil, onde se realizam os
bailes funk mais bombados da
capital capixaba, Alckmin discursou e por dez vezes citou o
nome de Hartung -sempre em
tom elogioso. O próprio Hartung, porém, preferiu reforçar
a posição de neutralidade que
vem adotando na disputa presidencial e foi fazer campanha no
interior do Estado -longe, portanto, de Alckmin.
Considerado o grande eleitor
do Espírito Santo, Hartung é
dono de altos índices de popularidade e, por isso, cortejado
por quase todas as forças políticas locais. Se oficialmente seu
partido aparece coligado ao
PSDB, PTB e PFL, extra-oficialmente o governador recebe
o apoio do PT, PSB e PC do B.
Para não deixar ninguém
chateado e não desperdiçar nenhum apoio, Hartung subiu no
muro da disputa presidencial e
não parece disposto a descer.
Alckmin minimiza o problema
da falta (até agora) de um palanque forte no Espírito Santo:
"Política é a arte do convencimento. Vamos trazer o PMDB
para a nossa campanha aos
poucos", declarou.
Mas a crise da segurança pública em São Paulo persegue o
candidato tucano. Se São Paulo
recusou a oferta do governo federal de enviar efetivos da Força Nacional de Segurança
(FNS) para ajudar a conter os
ataques do PCC, o Espírito Santo foi quem a pediu -e Paulo
Hartung é um entusiasta dos
resultados alcançados com ela,
hoje usada principalmente na
contenção do sistema prisional
capixaba- também ele convulsionado por rebeliões sangrentas.
Segurança
Questionado a respeito do
apoio de Hartung à FNS, o candidato tucano preferiu esquivar-se: "Eu não conheço o trabalho". A seguir, disse que ainda vai avaliar o trabalho da
FNS, para decidir se ela teria ou
não continuidade em um eventual governo Alckmin. "Eu não
acho que esse seja o caminho.
Nós ainda vamos avaliar. Você
tira o policial de um Estado e o
coloca na Força Nacional de Segurança, para atuar em outro
Estado? Nós vamos avaliar isso", afirmou o tucano.
O candidato refere-se ao fato
de os efetivos da FNS serem recrutados entre a elite das PMs e
polícias civis dos Estados, sob a
coordenação do Ministério da
Justiça.
Segundo Alckmin, uma das
suas principais ações na esfera
da segurança pública seria no
que ele chama de "aperfeiçoamento da legislação". Para o tucano, "Lula piorou a lei": "Até a
aprovação da lei 10.792/ 2003,
você primeiro levava o preso
para o Regime Disciplinar Diferenciado, em presídio de Segurança Máxima, e aí comunicava
o Judiciário. A lei nova do Lula
diz que primeiro tem de ter ordem judicial -ouvir a defesa e
ouvir o Ministério Público. Às
vezes, demora seis meses para
sair uma decisão".
Mas se a proposta quanto ao
RDD não foi apresentada pelo
Executivo e, depois, foi aprovada pelo Congresso, por que chamá-la de "lei do Lula"? "Porque
ele deveria ter vetado", respondeu o tucano. "Temos de endurecer com o crime organizado",
disse Alckmin.
O discurso do candidato no
Clube Náutico Brasil foi assistido por cerca de 300 militantes
e correligionários. Entre os
mais entusiasmados estavam
12 mulheres, cada uma carregando o que parecia ser um sapo verde. Engano. Eram pererecas, da Turma das Pererecas
do candidato a deputado estadual Hércules Silveira, do PTB
de Vila Velha (ES).
Explica-se: Silveira é médico
ginecologista que oferece consultas gratuitas a mulheres carentes -daí para a Turma das
Pererecas foi um pulo. A gritaria das moças convenceu até
Alckmin, que posou para fotos
agarrado a uma versão gigante
do batráquio.
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