São Paulo, quinta, 30 de julho de 1998

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Peça de campanha
O Planalto argumenta que a privatização da telefonia superará os R$ 38 bi (perto dos R$ 40 bi estimados por Serjão). Martelará para o público: R$ 22,057 bi arrecadados ontem, mais R$ 8,45 bi da banda B, R$ 2 bi de dívidas transferidas e R$ 6 bi pela concessão às empresas-espelho marcada para setembro.

Mais um...
O clima no PT ontem era de velório com o resultado da privatização da Telebrás. Caciques como Lula e Zé Dirceu não imaginavam que o leilão pudesse ser tão bom para FHC como foi. O partido esperava um valor total bem menor do que R$ 22 bi.

...fato negativo
Avalia-se que houve a desmoralização da tese de cartas marcadas, que se mostrou no mínimo uma imprudência política e despreparo para governar. E que a violência do conflito entre manifestantes e polícia só reforça a imagem de bagunça do PT.

Vai começar tudo de novo
A privatização da Telesp, comprada pelo grupo da Telefónica de España, e da Telesp Celular, adquirida pela Portugal Telecom, foi apelidada em SP de "Tratado de Tordesilhas". Uma associação que vem produzindo ótimos resultados na América nos últimos 500 anos.

Apelando feio
O maior sinal do desespero da oposição com a venda da Telebrás foi o ataque à sede do PSDB do Rio. É como chutar cachorro morto. O partido está se desfazendo no Estado entre Cesar Maia (PFL) e Garotinho (PDT).

Diferença de artilharia
Enquanto FHC já tem 20 comerciais políticos prontos, outros candidatos engatinham.

Cabra da peste
Sempre que é indagado se não vai responder a Mendonção (Comunicações), que o mandou fazer chantagem com a mãe, Miguel Arraes (PE) diz, com um sorriso na ponta dos lábios: "Só quebrando a cara dele".

Provocação interessada
O silêncio de Brizola sobre a Telebrás nos últimos dias foi notado pelos aliados de FHC, que preferem o pedetista falante. "Ou ele sabiamente se calou ou foi vítima de censura do PT", diz Arthur Virgílio (PSDB-AM).

Missão dura
O PMDB de FHC se reuniu ontem em Brasília para tentar achar um nome a fim de substituir Paes de Andrade na presidência da sigla em setembro.

Furtivamente...
Há membros do 3º e 4º escalões do governo Covas comparecendo a reuniões de Rossi. Auxiliares do tucano descobriram "desertores" em São José dos Campos e em outras cidades.

Sonhando alto
Andrea Matarazzo, que deixou o governo Covas para integrar a campanha de FHC, andou trombando com Bresser Pereira, arrecadador de recursos oficial do presidente. Grupo de empresários foi procurado por ambos.

Politicamente correto
Os outdoors de Marta Suplicy (PT) que serão afixados sábado trarão a frase "Uma mulher de coragem para mudar sua vida". A idéia inicial era "Uma mulher para arrumar SP", mas foi afastada por acharem que reforçava o preconceito de que mulher é especialista em tarefas do lar.

Deus dá voto
O pastor Didini, ex-membro da igreja de Edir Macedo e candidato a deputado estadual pelo PPB, faz dobradinha com nove candidatos a federal. Um é o tucano Zé de Abreu. Todos tiveram de pedir a bênção de Calim Eid, da velha guarda malufista.

Regra burra
A lei eleitoral matou a discussão com candidatos. O programa "Entrevista Coletiva", que vai ao ar às segundas na Bandeirantes, desistiu de chamar os candidatos ao governo de SP. Teria de convidar cada um dos dez (cinco deles nanicos).

Jogando a toalha
Os principais caciques de Alagoas articulam saída para a anemia eleitoral do governador Manoel Gomes de Barros (PTB), que corre o risco de levar uma sova de Ronaldo Lessa (PSB): substituir sua candidatura.

TIROTEIO


De Walter Barelli (PSDB-SP), candidato à Câmara, sobre a redução no preço do óleo diesel:
- Não pode servir só para engordar lucro de empresas. Quero ver se vai cair o preço das passagens de ônibus em São Paulo, que subiu 25% na gestão Pitta.

CONTRAPONTO
Falem mal, mas falem de mim
Na campanha de 1994, Euclides Scalco (PSDB) também foi convidado para coordenador político do comitê de FHC. Por problema pessoal, recusou.
Eleito FHC, seu nome chegou a ser lembrado para o governo, mas aos poucos caiu no esquecimento, até ser chamado para a presidência de Itaipu, em 95.
Antes disso, Scalco foi a São Paulo. Na saída do hotel, pediu que o porteiro chamasse um táxi. Para sua surpresa, veio um sujeito montado num jegue. Scalco, que não é um exemplo de bom humor, disse que preferia uma condução mais rápida.
Só então soube que caíra na "pegadinha" do "Domingão do Faustão", da TV Globo. Um funcionário da emissora pediu que ele assinasse uma autorização para a cena ser exibida. Um amigo, ao saber da história, ficou surpreso por ele ter concordado. Resposta de Scalco:
- É claro que assinei. Eu estava no ostracismo. Não ia perder uma oportunidade dessas!



Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.