São Paulo, quinta, 30 de julho de 1998

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Favorita, BellSouth surpreende e desiste

da Sucursal do Rio

A ausência da operadora norte-americana BellSouth foi a segunda grande surpresa do leilão da Telebrás, só superada pela vitória dos espanhóis e portugueses.
A empresa -que já explora a banda B na Grande São Paulo e em parte do Nordeste- havia se pré-qualificado para a disputa, em consórcio com o Banco Safra, e era considerada uma das candidatas mais fortes à compra da Telesp Participações. O outro favorito era o consórcio da Telecom Italia, Organizações Globo e Bradesco.
O consórcio dos italianos ofereceu um ágio de apenas 12,64% -contra 64,29% oferecido pelos espanhóis. A BellSouth sequer compareceu ao pregão.
'"A presença da BellSouth poderia ter modificado o perfil do leilão", afirmou o vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges.
Borges contou que, anteontem, foi informado pela direção do banco Safra de que não iriam disputar o leilão. Segundo ele, na semana passada a BellSouth já havia solicitado ao governo o adiamento do leilão por mais 15 dias.
Esse fato, conforme disse, originou boatos de que a venda seria postergada.
O vice-presidente do BNDES, que foi um dos coordenadores do processo de privatização da Telebrás, disse que ficou igualmente surpreso com a presença do grupo Telecom Italia no consórcio que adquiriu a empresa de telefonia fixa Tele Centro Sul.
Os italianos acabaram disputando duas das três empresas de telefonia fixa. Na Tele Centro Sul, onde acabaram vencedores, estavam por trás de uma empresa recém-registrada na Junta Comercial do Rio: a Solpart, criada pelo banco Opportunity.
A desclassificação da Bell Canada foi outro momento marcante do leilão. Tudo indicava que ela iria repetir a parceria com os fundos de pensão, Opportunity e Telesystem, também canadense. Eles são sócios de duas empresas da banda B: Americel (região Centro-Oeste) e Telet, do Rio Grande do Sul.
Na antevéspera do leilão, os advogados do Opportunity entraram com ação judicial contra a Bell Canada e foi aí que se soube que a empresa havia decidido disputar sozinha o leilão, depois de ter conhecido a estratégia dos outros sócios.
Tanta polêmica se revelou inútil porque a Bell Canada foi desclassificada ao concorrer à compra da Tele Celular Sul. Ela não poderia comprar a estatal porque sua área de concessão inclui a cidade gaúcha de Pelotas.
Como já explora a banda B em todo o Estado do Rio Grande Sul, teria monopólio da telefonia celular no município, o que é proibido por lei.
Também surpreendeu a derrota do grupo mineiro Lightel, que controla a telefônica CTBC -Companhia de Telefones do Brasil Central-, do Triângulo Mineiro. O grupo, que, neste ano, venceu a licitação para a banda B no Rio e Espírito Santo, era considera favorito na disputa pela Telemig Celular. (EL)



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