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SUCESSÃO
Diretrizes prevêem soluções para problemas do dia-a-dia, como filas do INSS
Campanha de FHC aposta em promessas para o "cotidiano'
da Sucursal de Brasília
As diretrizes do candidato Fernando Henrique Cardoso para um
segundo mandato presidencial, se
eleito, prevêem investimentos na
melhoria da qualidade dos serviços sociais básicos de responsabilidade pública.
A estratégia é fazer uma série de
promessas no que os coordenadores da campanha estão chamando
de "políticas do cotidiano".
Em síntese, criar programas para tentar solucionar problemas do
dia-a-dia -as filas do INSS e os
pacientes em macas nos corredores dos hospitais, por exemplo.
O documento das diretrizes já
está no quarto esboço -15 a 20
páginas contendo entre 18 e 20 diretrizes. A previsão é que a versão
final seja fechada na próxima semana.
Ensino médio
Na área de educação, a ênfase do
programa de governo de FHC será
no ensino médio. A intenção é
ampliar o número de estudantes
matriculados no 2º grau e nas escolas técnicas.
O governo não pretende aumentar as verbas para a educação. Para
melhorar a qualidade do ensino
médio e arcar com a contratação e
treinamento de professores e ampliação da quantidade de salas de
aula, o governo irá propor diretrizes para que o dinheiro público seja gasto de maneira mais eficaz.
A avaliação é que a maneira como o dinheiro público vem sendo
gasto no Brasil tem pouco impacto
distributivo, ou seja, gasta-se menos com quem precisa mais. A
idéia é inverter esse processo.
Prontos-socorros
No âmbito da saúde, uma das
propostas é investir em melhorias
nos setores de emergência dos
prontos-socorros, reequipando-os e fazendo treinamento de
pessoal.
Uma das idéias em estudo para
prometer o fim das filas no INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social), por exemplo, é propor um
investimento maciço em informática nos postos de atendimento e
acabar com aquela imagem de
funcionários se atropelando dentro de uma repartição e manuseando milhares de papéis e protocolos.
Na avaliação dos coordenadores
da campanha, o governo FHC vai
bem no "macro" (o real e a estabilização da economia, as privatizações, reforma do Estado, imagem externa), mas precisa apresentar resultados no "micro", isto é, dar soluções concretas a problemas que infernizam a vida diária da população.
Com soluções concretas para esse dia-a-dia, FHC espera reverter a
imagem de candidato pouco preocupado com o social.
As pesquisas encomendadas pelo comitê de campanha do presidente mostram que o sentimento
de desproteção de algumas camadas sociais compromete o desempenho do candidato.
No caso do desemprego, em um
eventual segundo governo, FHC
pretende investir em cinema e em
turismo.
A área de turismo é olhada com
especial atenção, por se tratar de
um setor empreendedor de
mão-de-obra. A proposta é criar,
até o final do próximo ano, 1,7 milhão de novos postos de turismo
somente no Nordeste.
A ênfase no cinema tem, além da
conotação cultural, a intenção de
gerar empregos.
Segundo dados do governo, em
1985 a indústria cinematográfica
do Estados Unidos gerou 250 mil
empregos.
A meta de Fernando Henrique é
ampliar, até o ano 2000, de 5%
(1997) para 20% a participação do
cinema brasileiro na bilheteria.
(VANESSA HAIGH, RENATA GIRALDI e
LUIZA DAMÉ)
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