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RENÚNCIA FISCAL
Greve em SP completa seis dias úteis
Prejuízo da Ford
supera R$ 60 mi
LÉO GERCHMANN
em São Paulo
A greve dos metalúrgicos da fábrica de caminhões da Ford no
bairro paulistano do Ipiranga
completou ontem seis dias úteis e
atingiu um prejuízo estimado em
mais de R$ 60 milhões.
De acordo com a assessoria da
Ford, 140 veículos entre caminhões e camionetes deixaram de
ser fabricados diariamente.
A Folha apurou que o valor médio de cada veículo é R$ 80 mil.
Esse valor multiplicado por seis
(os seis dias de greve) resultam na
soma de R$ 67,2 milhões.
A empresa não fornece os valores oficialmente, limitando-se a
divulgar o número de veículos
que deixou de produzir.
Até a conclusão desta edição, os
metalúrgicos e a diretoria da Ford
estavam reunidos. O encontro,
que estava marcado para as 17h,
começou às 17h30.
Antes de a reunião começar, o
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (ligado à
Força Sindical), Paulo Pereira da
Silva, disse que, se a Ford não
aceitasse dar garantias de emprego, a entidade entraria hoje com
dissídio coletivo.
"Se a Ford recorrer, o que vai
acontecer, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vai julgar. Aí, os
caras (os juízes) estão mordidos
com o Antonio Carlos Magalhães", disse, referindo-se à CPI
proposta pelo senador baiano.
"No momento em que eles (os
juízes) avaliarem se a greve é ou
não é legal, o mérito também vai
ser julgado e eu tenho convicção
de que o Judiciário pode determinar que a Ford mantenha os postos de trabalho", disse.
Ontem à tarde, em Brasília, o
ministro do Desenvolvimento,
Clóvis Carvalho, divulgou trechos
da medida provisória que prevê a
instalação da montadora da Ford
na Bahia citando a manutenção
de unidades quando a empresa
instalar alguma fábrica no Nordeste. Não deve haver, porém, a
adoção de uma "cláusula social"
garantindo os empregos atuais.
O presidente do sindicato afirmou que o acampamento montado por grevistas na frente do prédio da Receita Federal (Ministério
da Fazenda), no centro de São
Paulo, deverá ser encerrado hoje.
A estratégia dos metalúrgicos
deve ser agora pressionar a Ford e
não mais o governo federal.
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