|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BANCOS
Novo presidente do BB toma posse e diz que maior interessado na negociação é o prefeito Celso Pitta
Zaghen crê em acordo para dívida de SP
da Sucursal de Brasília
O novo presidente do Banco do
Brasil, Paolo Zaghen, disse ontem
que os títulos de São Paulo poderão ser usados no pagamento de
tributos municipais, caso o prefeito Celso Pitta se recuse a assinar o
contrato de refinanciamento do
débito com a União.
Zaghen disse que as letras municipais têm o chamado "poder liberatório", que permite seu uso
no pagamento de tributos pelo
próprio BB ou por terceiros, no
caso de os papéis serem leiloados
no mercado financeiro.
O presidente do BB, que tomou
posse ontem, disse que recebeu
sinais muito claros de que Pitta irá
assinar brevemente o contrato de
refinanciamento. "A prefeitura é
a maior interessada na assinatura
do contrato", disse.
"Não posso ter certeza de que o
prefeito vai assinar o acordo, porque certeza só ele pode ter. Mas
tenho uma grande convicção de
que o acordo vai sair", disse.
O BB financia e carrega R$ 6 bilhões em títulos do município em
sua carteira, dos quais R$ 1,7 bilhão venceu em junho passado.
Zaghen disse que, se os papéis
fossem destinados ao pagamento
de tributos, o município perderia
parte significativa de sua receita
própria. "Ninguém vai querer
uma coisa dessas", disse.
O presidente do BB afirmou que
a disposição de Pitta em assinar o
acordo ficou expressa em um telefonema ontem do prefeito de
São Paulo ao secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa. Zaghen não detalhou o conteúdo
desse telefonema.
Segundo o presidente do BB, a
instituição recebeu sinal verde do
Banco Central para considerar os
títulos vencidos de São Paulo como operações normais enquanto
prosseguirem as negociações.
Uma eventual renegociação da
dívida de São Paulo também beneficiaria o Banespa, que carrega
R$ 2,814 bilhões em letras do municípios, parte vencida em março.
O presidente do Banespa,
Eduardo Guimarães, disse ontem
que esse é um dos pontos que estão pendentes para a divulgação
do edital de privatização do banco
paulista. "Esperamos publicar o
edital nas próximas semanas",
afirmou.
Privatização
O novo presidente do BB descartou a privatização da instituição no curto e médio prazo. "Hoje
não há nenhuma condição", disse
Zaghen. No último dia 20, pouco
depois de ter confirmada a sua indicação, ele afirmou que o banco
poderia ser vendido.
Ontem, Zaghen disse que o BB
tem atribuições importantes, como financiamentos rurais e de exportação, que não podem ser repassadas para o setor privado.
Ele não descartou, entretanto, a
transferência das atribuições ao
setor privado no futuro, sem esclarecer quando isso seria possível. "Seria exercício de futurologia", afirmou.
Antes de assumir o BB, Zaghen
vinha, desde 1996, ocupando o
cargo de diretor do Banco Central
para assuntos ligados a bancos estaduais. Na prática, ele conduzia o
processo de privatização dessas
instituições.
Zaghen é amigo do ministro da
Fazenda, Pedro Malan. O ex-presidente do BC Gustavo Franco,
contemporâneo de Zaghen na
instituição, foi um dos presentes à
posse.
Texto Anterior: Comunidade Solidária: Ataque à miséria exige mais do que verbas, diz novo secretário Próximo Texto: Banespa diz não ter problema com bug Índice
|