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FUNCIONALISMO PÚBLICO
Pacote inclui colocação de pessoal em disponibilidade e programas de adesão voluntária
Saem medidas para corte de servidores
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O governo lançou ontem um
pacote de medidas para reduzir
os gastos com o funcionalismo
público que inclui a colocação de
servidores em disponibilidade e
três programas de adesão voluntária -demissão, licença sem remuneração e redução da jornada
de trabalho.
O ministro Martus Tavares (Orçamento) afirmou que o recurso a
ser economizado deverá ser "canalizado" para a melhoria dos
serviços públicos prestados diretamente à população, mas esse
compromisso não estará expresso em nenhum decreto, lei ou medida provisória.
A principal medida do pacote é
a colocação de servidores em disponibilidade, medida adotada anteriormente no governo do ex-presidente Fernando Collor
(1990-1992). O servidor receberá
salário proporcional ao tempo
trabalhado. Cada órgão poderá
investir em programas próprios
metade do dinheiro economizado
com essa iniciativa.
Nos três programas de adesão
voluntária, há incentivos para que
o servidor participe, mas o órgão
em que ele trabalha só poderá investir em programas próprios
10% do valor que deixará de gastar com a folha de pessoal. Os outros 90% serão retidos pelo Tesouro Nacional.
O "Diário Oficial" da União publicará hoje um decreto que disciplinará a colocação de servidores
em disponibilidade e uma medida provisória com as normas dos
outros três programas.
Também será publicado um decreto dando prazo até 30 de setembro para que cada órgão apresente propostas de corte de 10%
da despesa com a remuneração
de cargos de confiança.
O ministro disse que a folha do
funcionalismo da União neste
ano deverá chegar a R$ 52 bilhões.
Segundo ele, o acréscimo em relação ao ano passado, de R$ 5 bilhões, corresponde ao total de investimentos do governo em 1999.
Tavares negou que o objetivo
desses programas seja o cumprimento de meta fiscal.
O ministro também negou que
a colocação de servidores em disponibilidade represente uma alternativa à eventual baixa adesão
aos outros programas.
Tavares afirmou que não há expectativa de valor a ser economizado com a diminuição da despesa com a folha ou de número de
servidores atingidos pelo pacote.
Segundo ele, diferentes projeções
feitas por técnicos do ministério
indicam que haverá economia
após 12 meses.
O ministro disse que o governo
oferecerá empréstimo e curso de
gerenciamento de pequenos negócios entre os incentivos para a
adesão de servidores a programas
voluntários.
O valor da linha de crédito chegará a até R$ 30 mil, no caso da
opção pela demissão.
O empréstimo será concedido
pelo Banco do Brasil em condições semelhantes às do Proger
(Programa de Geração de Emprego e Renda), que é dirigido a pessoas que não têm acesso ao sistema financeiro para criação do
próprio negócio. O curso será dado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro
de Apoio às Micros e Pequenas
Empresas).
As medidas são dirigidas aos
509 mil servidores civis do Poder
Executivo da União.
O programa de demissão voluntária é o mais restrito: exclui
carreiras consideradas estratégicas, como policiais federais e fiscais da Receita Federal, e autoriza
cada órgão a limitar as adesões
em outras carreiras, como médicos e engenheiros agrônomos.
Na próxima semana, o governo
distribuirá aos servidores cartilha
com 80 questões sobre o pacote.
A partir de segunda-feira, os interessados poderão calcular o valor das indenizações e tirar dúvidas pelo telefone 0800-61-0601 (ligação gratuita).
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