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NO AR
Dois tucanos
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Desde a semana passada,
tudo é motivo para FHC e Mário Covas se bicarem.
O presidente falou em chamar as Forças Armadas contra
os caminhoneiros. O governador, na Band e outras:
- Aqui em São Paulo, não
temos a necessidade de qualquer reforço externo... Quando
fechar a estrada, a polícia vai
abrir. E vai abrir com ordem
minha, minha, minha.
E não de FHC. O presidente
não falou diretamente, mas
por seus ministros.
O ministro dos Transportes
dizia ontem, até tarde, no Jornal Nacional, que não poderia
aceitar as exigências dos caminhoneiros para os pedágios,
"porque existe a autonomia
dos Estados". Pedágio caro é
coisa de Covas.
Mas é claro que o distanciamento maior se deu em torno
da Ford. O governador não
cansou de fustigar FHC, de
uma semana para cá.
E o ministro do Trabalho, no
meio da greve dos caminhoneiros, preferiu passar os últimos
dias usando palavras pesadas
para atacar o movimento covista contra o fechamento da
Ford em São Paulo.
Dizendo defender o presidente, o ministro chegou até a falar
em "afronta".
Por falar em "afronta", FHC
recebeu ontem o governador
da Bahia, o mesmo que ofendeu Covas dias atrás. Mas FHC
não recebeu o presidente da
Força Sindical.
Mandou o sindicalista covista falar com o ministro do Desenvolvimento. Aquele ministro que dizia, ontem mesmo,
que "confia" na Ford.
O ministro dos Transportes
não aceitou a expressão, como
se viu na TV, mas o governo cedeu como um "refém" à greve
dos caminhoneiros.
Cedeu, como FHC cedeu a
Carlos Menem, ontem.
Dois dias antes, com manchete no Jornal Nacional, outro
ministro de FHC tinha "cancelado", acintosamente, a visita
do presidente argentino.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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