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PPA prevê aumento de investimento
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto do PPA (plano plurianual) 2004-2007 elaborado pelo
governo aposta em um aumento
dos investimentos na economia
de 4,5% entre 2004 e 2003 e na duplicação dessa taxa até 2007. O governo sugere a manutenção do esforço fiscal atual do setor público
e prevê que o aumento do consumo das famílias não acompanhará o crescimento da economia.
O IBGE divulgou nesta semana
que os investimentos caíram 5,4%
no primeiro semestre deste ano
em relação ao mesmo período do
ano passado. De acordo com a
mensagem enviada ao Congresso
nesta semana, o PPA tem um valor total de R$ 1,857 trilhão, sendo
que R$ 296,79 bilhões são investimentos em infra-estrutura.
A maior parte dessas obras deverá ser feita pelo setor público.
Apenas 13,23% dos investimentos
previstos seriam realizados pelo
setor privado ou por parcerias
com o setor público. Somente o
BNDES será responsável por
14,15% dos investimentos. A justificativa para o reforço nos investimentos é a necessidade de sustentar o crescimento da economia,
que chegaria a 5% em 2007.
O PPA em vigor previa investimentos de R$ 212 bilhões, mas
não existe uma avaliação sobre o
total concluído. Os técnicos do
Ministério do Planejamento afirmam que ele não foi realizado
porque a parte governamental ficou comprometida pelos cortes
orçamentários dos últimos anos.
E o setor privado não é obrigado a
informar o governo sobre seus investimentos.
O PPA 2004-2007 reúne 374
programas de governo e mais de
4.300 ações. Entre os programas,
porém, existem grandes despesas
como pagamento de benefícios
previdenciários e despesas com
juros e pessoal. O plano serve de
base para a elaboração dos orçamentos anuais e traça a política
industrial do governo.
"Os próximos dois anos serão
de crescimento acelerado pela expansão dos investimentos e das
exportações", afirma a mensagem
que acompanha o projeto. A taxa
de crescimento dos investimentos
passaria de 4,5% em 2004 para 8%
em 2007. Os percentuais são bem
maiores, portanto, que os previstos para o crescimento da economia no período
Infra-estrutura
Cerca de 86% dos investimentos
em infra-estrutura seriam realizados na área de energia elétrica e
12% nos transportes. O governo
pretende aumentar as redes de
transmissão de energia em 30% e
quer recuperar 57 mil quilômetros de rodovias (75% da malha).
Em relação às exportações, o
governo acredita que o superávit
da balança comercial (exportações menos importações) passará
de US$ 17,5 bilhões este ano para
cerca de US$ 20 bilhões em 2004.
Embora o governo projete uma
redução da taxa de crescimento
do consumo das famílias nos próximos dois anos (em relação ao
crescimento da economia), o projeto explica que o consumo das famílias pobres vai crescer em um
ritmo mais rápido.
Segundo o texto, com os programas sociais desenvolvidos este
ano o governo conseguirá atingir
100% das famílias mais pobres até
o final do mandato e 12,7 milhões
até 2007. O plano ainda prevê a
geração de 7,8 milhões de novos
empregos. A taxa de desemprego
passaria de 11,4% em 2003 para
9% em 2007.
O projeto explica que a manutenção do atual superávit primário do setor público (economia de
receitas para pagamento de juros
no governo federal, Estados, municípios e empresas estatais) é necessária para a redução da dívida
pública de 59% este ano para
48,2% em 2007.
Para que a dívida caia, o governo também estima que a taxa de
juros continuará sendo reduzida,
chegando a 4,1% ao ano (acima da
inflação) em 2007. A inflação passaria de 5,5% em 2004 para 4,5%
em 2005 e permaneceria em 4%
nos dois anos seguintes.
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