UOL

São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Próxima campanha eleitoral não terá a força de um referendo, mas discutirá o desempenho do governo

Gushiken diz que Lula será avaliado em 2004

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
RAYMUNDO COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, afirmou ontem que o governo Lula será avaliado na campanha municipal do ano que vem. Talvez sem "a força" de um referendo, mas "[a eleição] certamente envolverá também uma discussão sobre o governo federal".
O ministro falou no 1º Seminário de Comunicação e Propaganda Eleitoral do PT, organizado em Belo Horizonte (MG) pelo publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha presidencial de Lula e é um dos três detentores da conta de publicidade da União. O tema da palestra foi "A Comunicação na Campanha Lula Presidente".
Para Gushiken, a discussão sobre o governo será o "dado novo" da campanha municipal: "O governo é um governo diferente em vários aspectos e não só pela maneira como é o nosso presidente, pela sua personalidade, mas também pelo lastro organizativo que ele carrega, que é o PT".
"Nós temos, portanto, neste momento histórico, um presidente da República, um homem que está vinculado a grandes organizações, partidária, que é o PT, e sociais no campo trabalhista, que são as centrais sindicais, os sindicatos". Por isso, acredita, "o povo naturalmente vai querer estabelecer um diálogo com o candidato local, que representa o PT, com aquilo que faz o governo federal, que também representa o PT".
Para Gushiken, não fosse a característica partidária do PT, talvez não houvesse esse tipo de vinculação na eleição municipal entre candidaturas locais do partido e o governo. "Pela natureza do PT, esse vínculo será naturalmente estabelecido pelo povo", disse.
"Mas não que seja um referendo da política nacional", ressalvou. Gushiken também defendeu uma política de alianças para o PT, em 2004, que reproduza "aquilo que existe em nível de governo federal", ou seja, que integre os partidos da base aliada, incluindo o PMDB e o PP: "Um relacionamento com todos os partidos, sem criar clivagens, como situação e oposição, ou estigmatizar setores partidários, como tem sido a prática da política brasileira".
Gushiken afirmou que há dois tipos de relação entre o candidato e o público. A direta, feita por meio do horário eleitoral, e aquela intermediada pela imprensa.


Texto Anterior: Risco Nanquim
Próximo Texto: Até na cama, há mensagens para os participantes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.