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ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Próxima campanha eleitoral não terá a força de um referendo, mas discutirá o desempenho do governo
Gushiken diz que Lula será avaliado em 2004
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
RAYMUNDO COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro-chefe da Secretaria
de Comunicação de Governo e
Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, afirmou ontem que o governo Lula será avaliado na campanha municipal do ano que vem.
Talvez sem "a força" de um referendo, mas "[a eleição] certamente envolverá também uma discussão sobre o governo federal".
O ministro falou no 1º Seminário de Comunicação e Propaganda Eleitoral do PT, organizado em
Belo Horizonte (MG) pelo publicitário Duda Mendonça, que fez a
campanha presidencial de Lula e é
um dos três detentores da conta
de publicidade da União. O tema
da palestra foi "A Comunicação
na Campanha Lula Presidente".
Para Gushiken, a discussão sobre o governo será o "dado novo"
da campanha municipal: "O governo é um governo diferente em
vários aspectos e não só pela maneira como é o nosso presidente,
pela sua personalidade, mas também pelo lastro organizativo que
ele carrega, que é o PT".
"Nós temos, portanto, neste
momento histórico, um presidente da República, um homem que
está vinculado a grandes organizações, partidária, que é o PT, e
sociais no campo trabalhista, que
são as centrais sindicais, os sindicatos". Por isso, acredita, "o povo
naturalmente vai querer estabelecer um diálogo com o candidato
local, que representa o PT, com
aquilo que faz o governo federal,
que também representa o PT".
Para Gushiken, não fosse a característica partidária do PT, talvez não houvesse esse tipo de vinculação na eleição municipal entre candidaturas locais do partido
e o governo. "Pela natureza do PT,
esse vínculo será naturalmente estabelecido pelo povo", disse.
"Mas não que seja um referendo
da política nacional", ressalvou.
Gushiken também defendeu uma
política de alianças para o PT, em
2004, que reproduza "aquilo que
existe em nível de governo federal", ou seja, que integre os partidos da base aliada, incluindo o
PMDB e o PP: "Um relacionamento com todos os partidos,
sem criar clivagens, como situação e oposição, ou estigmatizar
setores partidários, como tem sido a prática da política brasileira".
Gushiken afirmou que há dois
tipos de relação entre o candidato
e o público. A direta, feita por
meio do horário eleitoral, e aquela
intermediada pela imprensa.
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