da Reportagem Local

O ex-prefeito de Porto Alegre Tarso Genro, um dos teóricos do PT, criticou ontem o teor da entrevista do filósofo Roberto Mangabeira Unger publicada na edição de ontem da Folha.
Mangabeira, que está atuando junto com o ex-ministro Ciro Gomes (PPS), afirmou, entre outras coisas, que o PT limita sua atuação à defesa dos setores organizados.
"Só um teórico capaz como Mangabeira propõe uma social-democracia sem social-democratas, um liberalismo sem neoliberais e uma candidatura sem partido para cultivar os desorganizados", ironizou Genro. "Além disso, no lugar de um caudilho pós-moderno como o Collor, apresenta um gerente messiânico como o Ciro", acrescentou.
O ex-prefeito petista, Ciro e Mangabeira participaram de discussões conjuntas até recentemente. O diálogo foi interrompido quando Genro enxergou semelhanças entre Ciro e o ex-presidente Collor, o que irritou o ex-ministro.
Para Genro, a idéia de se criar um fenômeno eleitoral fora de partidos é um "retrocesso inadmissível" para a democracia. "No fundo, o que se vê é o velho centro disposto a se abraçar a todo mundo para isolar o PT", acha.
Ciro, na opinião de Genro, é ao mesmo tempo um seguidor e um negador de FHC. "Agora, ele (Ciro) critica a abertura excessiva da economia, mas ele foi um dos responsáveis por isso", disse.
O PT, para Genro, deve ampliar suas alianças, mas sem perder a "nitidez" de seu programa.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice