São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 2002

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PÚBLICO & PRIVADO/ OUTRO LADO

Petistas dizem que contratos são regulares

Prefeitos negam existência de favorecimento político

DA FOLHA RIBEIRÃO
DA FOLHA CAMPINAS
DA REPORTAGEM LOCAL

As prefeituras petistas ouvidas pela Folha negaram que tenha havido privilégio a empresas ligadas ao PT e contratadas pelas administrações. Segundo elas, não há relação entre as contratações dessas empresas e a ligação de seus donos com o partido.
"A gente não trabalha só com empresas ligadas ao PT. Tenho uma tranquilidade muito grande quanto a isso", disse o prefeito de Sales Oliveira, José Daniel Graton.
Ele contratou a Assessorarte para fazer um concurso público na sua primeira gestão, em 1999. A empresa venceu uma licitação.
Amarildo Dudu Bolito, prefeito de Rincão, afirmou que impedir empresas com sócios ligados ao PT de participarem de licitações nas administrações do partido "é discriminação".
"Existem no Brasil milhares de empresas, muitas delas com pessoas ligadas a partidos políticos. Por que só se fala do PT?", questionou Dudu.
Segundo ele, a Assessorarte trabalhou para sua administração após vencer uma licitação e a Impacto foi contratada para fazer peças publicitárias porque apresentou o melhor projeto. "As empresas têm know-how nessa área", completou.
"Nós não fazemos discriminação partidária. Em 99% dos casos fazemos contratos com empresas de pessoas que não são ligadas ao PT e, em muitos casos, são filiadas até a outros partidos", disse Jefferson Ribeiro, secretário de Governo da Prefeitura de Franca.
Para ele, desde que as empresas obedeçam a lei e apresentem o melhor preço, não há impedimento para que elas vençam licitações e sejam contratadas.
O secretário da Administração de Araraquara, Donizete Simioni, disse que todas as licitações na prefeitura foram feitas de acordo com as normas estabelecidas pela Lei de Licitações.
"Contratamos a Assessorarte porque ela venceu uma licitação para a qual convidamos mais de dez empresas. As pessoas que prestaram o concurso elogiaram a qualidade da prova e não houve um recurso sequer à Justiça", disse o secretário.
O prefeito de Batatais, Fernando Ferreira, disse que todos os processos de compra de sua administração estão à disposição de quem quiser verificar e, segundo ele, estão todos corretos.
Ele disse que não sabia que os donos da Assessorarte eram ligadas ao PT. No caso da gráfica Angelo Marcelo Fossa ME, ele disse que o proprietário, ex-vereador pelo PT em Brodowski, lhe perguntou antes se haveria problema no fato de sua empresa participar da licitação. "Eu disse a ele que não teria problema. Meus processos de compra foram limpos e claros", afirmou Ferreira.
O procurador José Francisco Limone, responsável pelas licitações de Catanduva, disse que a Engelix foi contratada por carta-convite, por R$ 20 mil, em 1998, para elaborar o edital da concorrência pública que escolheria uma empresa para os serviços de limpeza urbana no município.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Bebedouro divulgou uma nota na qual afirma que "as contratações das empresas citadas foram realizadas na forma da lei 8.666/93 (Lei de Licitações) e aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado".
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Pires informou que o município contratou a PG Comunicação, por licitação, em 1998. O contrato, de R$ 400 mil por ano, acabou em 2001, quando houve nova licitação.
A Folha não conseguiu localizar os prefeitos de São Simão, Hildo Benedito Machado Filho, Serrana, Valério Galante, Dobrada, Carlos Augusto Belintani, e Pitangueiras, Waldir de Felício, e o ex-prefeito de Matão Adauto Scardoelli para comentar o caso.


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