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PÚBLICO & PRIVADO/ OUTRO LADO
Petistas dizem que contratos são regulares
Prefeitos negam existência de favorecimento político
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA FOLHA CAMPINAS
DA REPORTAGEM LOCAL
As prefeituras petistas ouvidas
pela Folha negaram que tenha havido privilégio a empresas ligadas
ao PT e contratadas pelas administrações. Segundo elas, não há
relação entre as contratações dessas empresas e a ligação de seus
donos com o partido.
"A gente não trabalha só com
empresas ligadas ao PT. Tenho
uma tranquilidade muito grande
quanto a isso", disse o prefeito de
Sales Oliveira, José Daniel Graton.
Ele contratou a Assessorarte para fazer um concurso público na
sua primeira gestão, em 1999. A
empresa venceu uma licitação.
Amarildo Dudu Bolito, prefeito
de Rincão, afirmou que impedir
empresas com sócios ligados ao
PT de participarem de licitações
nas administrações do partido "é
discriminação".
"Existem no Brasil milhares de
empresas, muitas delas com pessoas ligadas a partidos políticos.
Por que só se fala do PT?", questionou Dudu.
Segundo ele, a Assessorarte trabalhou para sua administração
após vencer uma licitação e a Impacto foi contratada para fazer
peças publicitárias porque apresentou o melhor projeto. "As empresas têm know-how nessa
área", completou.
"Nós não fazemos discriminação partidária. Em 99% dos casos
fazemos contratos com empresas
de pessoas que não são ligadas ao
PT e, em muitos casos, são filiadas
até a outros partidos", disse Jefferson Ribeiro, secretário de Governo da Prefeitura de Franca.
Para ele, desde que as empresas
obedeçam a lei e apresentem o
melhor preço, não há impedimento para que elas vençam licitações e sejam contratadas.
O secretário da Administração
de Araraquara, Donizete Simioni,
disse que todas as licitações na
prefeitura foram feitas de acordo
com as normas estabelecidas pela
Lei de Licitações.
"Contratamos a Assessorarte
porque ela venceu uma licitação
para a qual convidamos mais de
dez empresas. As pessoas que
prestaram o concurso elogiaram a
qualidade da prova e não houve
um recurso sequer à Justiça", disse o secretário.
O prefeito de Batatais, Fernando
Ferreira, disse que todos os processos de compra de sua administração estão à disposição de quem
quiser verificar e, segundo ele, estão todos corretos.
Ele disse que não sabia que os
donos da Assessorarte eram ligadas ao PT. No caso da gráfica Angelo Marcelo Fossa ME, ele disse
que o proprietário, ex-vereador
pelo PT em Brodowski, lhe perguntou antes se haveria problema
no fato de sua empresa participar
da licitação. "Eu disse a ele que
não teria problema. Meus processos de compra foram limpos e claros", afirmou Ferreira.
O procurador José Francisco Limone, responsável pelas licitações de Catanduva, disse que a
Engelix foi contratada por carta-convite, por R$ 20 mil, em 1998,
para elaborar o edital da concorrência pública que escolheria uma
empresa para os serviços de limpeza urbana no município.
A assessoria de imprensa da
Prefeitura de Bebedouro divulgou
uma nota na qual afirma que "as
contratações das empresas citadas foram realizadas na forma da
lei 8.666/93 (Lei de Licitações) e
aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado".
A assessoria de imprensa da
Prefeitura de Ribeirão Pires informou que o município contratou a
PG Comunicação, por licitação,
em 1998. O contrato, de R$ 400
mil por ano, acabou em 2001,
quando houve nova licitação.
A Folha não conseguiu localizar
os prefeitos de São Simão, Hildo
Benedito Machado Filho, Serrana, Valério Galante, Dobrada,
Carlos Augusto Belintani, e Pitangueiras, Waldir de Felício, e o ex-prefeito de Matão Adauto Scardoelli para comentar o caso.
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