São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 2002

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OUTRO LADO

Empresas refutam privilégios

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas que têm como sócios políticos petistas e foram contratadas por prefeituras do PT negam que tenham obtido algum privilégio e argumentam que também trabalham para prefeituras administradas por outras legendas.
Os empresários dizem, também, que têm clientes na iniciativa privada.
O diretor da PG Comunicação, Eduardo Godoy, disse que a empresa não trabalha apenas para prefeituras do PT.
Ele afirmou que também mantém vários clientes privados, embora não tenha declarado quantos ou quais.
Godoy disse que um de seus maiores contratos é com a Prefeitura de Campinas, mas foi estabelecido na gestão do prefeito Francisco Amaral, do PPB (1997-2000).
"Temos contrato também com a Prefeitura de Americana, que não é administrada pelo PT", afirmou. Godoy declarou que este ano não renovou um contrato que mantinha com a Prefeitura de Catanduva, "por incompatibilidade com a administração".
Ele disse que todas as contratações foram precedidas de licitação e lembrou que, em algumas cidades administradas pelo PT, como Santo André, por exemplo, concorreu mas não ganhou.
Elisabete Leonel Ferreira, diretora da Gushiken e Associados, ex-deputado federal e ex-coordenador da campanha de Lula, disse que a empresa é especializada em previdência e que mantém apenas um contrato com uma prefeitura petista, de Bebedouro.
A empresa foi contratada no ano passado por R$ 7,5 mil, sem licitação, porque o valor, de acordo com a lei, permite a contratação direta.
"Estamos tendo prejuízos com o contrato por causa das despesas e da distância de cerca de 300 quilômetros entre a sede da empresa e a prefeitura", disse a diretora.
O ex-secretário de Governo de Jaboticabal Marcos Antônio Peruzza não foi localizado pela Folha, mas a assessoria de imprensa da prefeitura informou que não há nenhuma irregularidade no fato de empresas de petistas serem contratadas por prefeituras administradas pelo partido.
Rogério Buratti e Luiz Prado, da Assessorarte, que trabalha principalmente na preparação de concursos públicos, não foram localizados na sexta-feira pela Folha. Na empresa, informaram que os sócios não estavam e só retornariam na segunda-feira.
Em outra ocasião, Prado afirmou que o serviço da empresa é técnico e que o envolvimento político dos proprietários não interfere no trabalho.
Ricardo Pereira da Silva, sócio da Rodvias Engenharia Municipal, em entrevista à Folha em junho também negou que sua empresa tenha sido beneficiada pelo fato de ter sido secretário em uma administração do PT.
"Já fiz obras para o governo do Estado, na época do governador Mário Covas, além de trabalhar em Minas Gerais, Alagoas e Bahia, por exemplo."
Ele também presta serviço para empresas particulares.
A mesma explicação foi dada por Nelson Frateschi, da Engelix, e Ubiratan Sebastião de Carvalho, da Construrban. Carvalho lembrou que já trabalhou para o Ceagesp, que não é administrado pelo PT, e também para o Rio de Janeiro. A Engelix também presta serviços para empresas privadas e trabalhou para Salvador, que nunca foi administrada pelo PT.
A Impacto Consultoria e Marketing, que atua na área de publicidade, além de trabalhar para as prefeituras de Rincão, Dobrada, Araraquara e Pitangueiras, mantém clientes particulares.


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