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OUTRO LADO
Empresas refutam privilégios
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas que têm como sócios políticos petistas e foram
contratadas por prefeituras do PT
negam que tenham obtido algum
privilégio e argumentam que
também trabalham para prefeituras administradas por outras legendas.
Os empresários dizem, também, que têm clientes na iniciativa privada.
O diretor da PG Comunicação,
Eduardo Godoy, disse que a empresa não trabalha apenas para
prefeituras do PT.
Ele afirmou que também mantém vários clientes privados, embora não tenha declarado quantos ou quais.
Godoy disse que um de seus
maiores contratos é com a Prefeitura de Campinas, mas foi estabelecido na gestão do prefeito Francisco Amaral, do PPB (1997-2000).
"Temos contrato também com
a Prefeitura de Americana, que
não é administrada pelo PT", afirmou. Godoy declarou que este
ano não renovou um contrato
que mantinha com a Prefeitura de
Catanduva, "por incompatibilidade com a administração".
Ele disse que todas as contratações foram precedidas de licitação
e lembrou que, em algumas cidades administradas pelo PT, como
Santo André, por exemplo, concorreu mas não ganhou.
Elisabete Leonel Ferreira, diretora da Gushiken e Associados,
ex-deputado federal e ex-coordenador da campanha de Lula, disse
que a empresa é especializada em
previdência e que mantém apenas
um contrato com uma prefeitura
petista, de Bebedouro.
A empresa foi contratada no
ano passado por R$ 7,5 mil, sem
licitação, porque o valor, de acordo com a lei, permite a contratação direta.
"Estamos tendo prejuízos com
o contrato por causa das despesas
e da distância de cerca de 300 quilômetros entre a sede da empresa
e a prefeitura", disse a diretora.
O ex-secretário de Governo de
Jaboticabal Marcos Antônio Peruzza não foi localizado pela Folha, mas a assessoria de imprensa
da prefeitura informou que não
há nenhuma irregularidade no fato de empresas de petistas serem
contratadas por prefeituras administradas pelo partido.
Rogério Buratti e Luiz Prado, da
Assessorarte, que trabalha principalmente na preparação de concursos públicos, não foram localizados na sexta-feira pela Folha.
Na empresa, informaram que os
sócios não estavam e só retornariam na segunda-feira.
Em outra ocasião, Prado afirmou que o serviço da empresa é
técnico e que o envolvimento político dos proprietários não interfere no trabalho.
Ricardo Pereira da Silva, sócio
da Rodvias Engenharia Municipal, em entrevista à Folha em junho também negou que sua empresa tenha sido beneficiada pelo
fato de ter sido secretário em uma
administração do PT.
"Já fiz obras para o governo do
Estado, na época do governador
Mário Covas, além de trabalhar
em Minas Gerais, Alagoas e Bahia,
por exemplo."
Ele também presta serviço para
empresas particulares.
A mesma explicação foi dada
por Nelson Frateschi, da Engelix,
e Ubiratan Sebastião de Carvalho,
da Construrban. Carvalho lembrou que já trabalhou para o Ceagesp, que não é administrado pelo
PT, e também para o Rio de Janeiro. A Engelix também presta serviços para empresas privadas e
trabalhou para Salvador, que
nunca foi administrada pelo PT.
A Impacto Consultoria e Marketing, que atua na área de publicidade, além de trabalhar para as
prefeituras de Rincão, Dobrada,
Araraquara e Pitangueiras, mantém clientes particulares.
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