São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Viúva e filhos pretendem criar uma fundação em memória do presidente

DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Até o final do ano, a viúva e os dois filhos de João Goulart planejam criar uma fundação para recuperar a memória do presidente.
"Ele [João Goulart] foi esquecido. Não há museus ou ruas com o nome do meu pai e os documentos estão espalhados", afirmou Denise, filha de Jango, que é historiadora.
Segundo a família, João Goulart já dizia que o Brasil precisava fazer parcerias comerciais com a China quando ocupava a presidência. "Foi tachado de comunista", disse a viúva, Maria Thereza.
Para a família Goulart, é importante resgatar o nome de Jango e lembrar que idéias consideradas perigosas na época, por serem de esquerda -como reforma agrária-, acabaram entrando na "pauta" nacional.

Museu
Além de estimular escolas a estudar a trajetória e as propostas políticas do presidente, a fundação pretende criar um museu dedicado a Jango.
O filho João Vicente, que mora em Brasília, negocia a doação de um terreno ou prédio para a instalação do memorial, a exemplo do dedicado ao presidente Juscelino Kubitschek.
O local deve receber fotos e documentos da época em que Jango foi ministro de Getúlio Vargas, vice-presidente de Juscelino, a campanha com Jânio Quadros, da presidência e do exílio.
"O acervo está hoje espalhado", disse Denise.

Documentos
A família pretende reunir documentos que estão na Fundação Getúlio Vargas, no Arquivo Nacional e no Museu da República, além do acervo pessoal, como cartas e discursos. A fundação poderá ainda reeditar filmes e documentários.
(ANA FLOR)


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