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Viúva e filhos pretendem criar uma fundação em memória do presidente
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Até o final do ano, a viúva e os
dois filhos de João Goulart planejam criar uma fundação para recuperar a memória do presidente.
"Ele [João Goulart] foi esquecido. Não há museus ou ruas com o
nome do meu pai e os documentos estão espalhados", afirmou
Denise, filha de Jango, que é historiadora.
Segundo a família, João Goulart
já dizia que o Brasil precisava fazer parcerias comerciais com a
China quando ocupava a presidência. "Foi tachado de comunista", disse a viúva, Maria Thereza.
Para a família Goulart, é importante resgatar o nome de Jango e
lembrar que idéias consideradas
perigosas na época, por serem de
esquerda -como reforma agrária-, acabaram entrando na
"pauta" nacional.
Museu
Além de estimular escolas a estudar a trajetória e as propostas
políticas do presidente, a fundação pretende criar um museu dedicado a Jango.
O filho João Vicente, que mora
em Brasília, negocia a doação de
um terreno ou prédio para a instalação do memorial, a exemplo
do dedicado ao presidente Juscelino Kubitschek.
O local deve receber fotos e documentos da época em que Jango
foi ministro de Getúlio Vargas, vice-presidente de Juscelino, a campanha com Jânio Quadros, da
presidência e do exílio.
"O acervo está hoje espalhado",
disse Denise.
Documentos
A família pretende reunir documentos que estão na Fundação
Getúlio Vargas, no Arquivo Nacional e no Museu da República,
além do acervo pessoal, como
cartas e discursos. A fundação poderá ainda reeditar filmes e documentários.
(ANA FLOR)
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