São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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PAINEL

Muito à vontade
No primeiro dia da gestão Aldo Rebelo (PC do B-SP), deputados pendurados no Conselho de Ética declaravam ontem para quem quisesse ouvir que agora não há hipótese de seus processos serem concluídos este ano.

Devagar e sempre
Com Aldo, a correlação de forças na Mesa passa a ser de cinco governistas e dois oposicionistas. Cabe a ela ditar o ritmo de remessa dos processos dos deputados ameaçados de degola.

Voto de protesto
Um dos deputados que anularam o voto na eleição para a presidência da Câmara escreveu na cédula: "Lula sabia de tudo".

Salvo-conduto
João Paulo Cunha (PT-SP) anexou à sua defesa na Corregedoria uma declaração em que Delúbio Soares diz ter sido ele quem colocou à disposição do deputado os R$ 50 mil sacados das contas de Marcos Valério. O ex-tesoureiro petista acrescenta que "as fontes não eram do conhecimento" de João Paulo.

Devo, não nego
De José Thomaz Nonô, sobre o resultado na Câmara: "Vou lembrar o velho Darcy Ribeiro: eu não queria estar do lado dos que ganharam. Como vão pagar tantos compromissos?".

Rachou de vez
Com a decisão da cúpula do PP de recomendar voto em Aldo Rebelo, a ala oposicionista do partido abriu ontem uma dissidência formal: a partir de agora, oito deputados não se submetem mais à orientação da liderança. Vão se reunir a cada projeto para decidir como votar.

Na gaveta
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) acusa Renan Calheiros (PMDB-AL) de segurar a publicação de relatório do TCU com obras irregulares. "Ele, tão bom cabo eleitoral, não pode deixar de publicar", disse ACM, referindo-se à ação do presidente do Senado para eleger Aldo.

Estado de atenção 1
Lula foi aconselhado por Paulo Souto (PFL) a levar a sério a greve de fome do bispo de Barra (BA), Luís Flávio Cappio, contra a transposição do São Francisco. O governador disse que ele não está em busca de holofotes. "É um homem de posições firmes e conhece a realidade do rio."

Estado de atenção 2
O alerta de Paulo Souto não foi o único. A CNBB enviou carta a Lula chamando a atenção do presidente para a greve de fome do bispo Luís Flávio Cappio.

Tarefa árdua
Walfrido dos Mares Guia, que chorou ao pedir a deputados do PTB que votassem em Aldo, tem outros motivos para verter lágrimas em seus esforços para mostrar serviço ao Planalto. O ministro do Turismo tentou, tentou, mas não conseguiu fechar o apoio do partido a Lula em 2006.

2006 gordo
O secretário estadual do Planejamento, Martus Tavares, comemora o percentual de investimento do Orçamento paulista para o ano que vem: 8%, contra 3% do governo federal.

Vapt-vupt
O veto de Geraldo Alckmin ao aumento das verbas das universidades foi mantido por voto simbólico dos partidos em questão de segundos. PT e PC do B aceitaram evitar o voto nominal, que exporia aos manifestantes presentes na Assembléia os deputados favoráveis ao veto.

Visitas à Folha
Marcos Lisboa, presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Inês Castelo, diretora da Máquina da Notícia.
 

Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Mauricio Esposito, diretor da Máquina da Notícia.

TIROTEIO

Do líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a parceria entre o Palácio do Planalto e os "mensaleiros" para fazer de Aldo Rebelo (PC do B-SP) o novo presidente da Casa:
-O governo venceu a eleição porque voltou ao local do crime.

CONTRAPONTO

Revolução dos bichos

Uma roda de políticos em Brasília discutia recentemente o tema da solidariedade. Instado a emitir opinião, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União Olavo Drummond começou por estabelecer uma comparação entre o homem e o burro:
-O burro é mais solidário e inteligente do que o homem. Se uma tropa de burros assistir a um rodeio, ela, unida, torcerá pelo cavalo. Já os homens dividirão sua preferência.
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) não se conteve:
-Como o caro amigo sabe?
-Ora, senador, os burros se revelam bastante inteligentes quando demonstram solidariedade ao transportar a carga.
Um outro senador brincou:
-O senhor seria solidário com a carga do "mensalão"?
Antes que Drummond respondesse, Heráclito se adiantou:
-Jamais. O ministro é solidário sempre, mas burro, nunca!


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