São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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PF abre inquérito para apurar como fotos vazaram

DA REPORTAGEM LOCAL

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo Araújo, anunciou ontem à noite que a PF abriu inquérito e procedimento disciplinar interno para apurar o vazamento das fotografias do R$ 1,7 milhão apreendido no dia 15 em hotel de SP, que seria usado na compra de dossiê contra tucanos.
Araújo reconheceu que o vazamento não prejudica o inquérito original aberto em Cuiabá (MT) para investigar a compra do dossiê e a origem do dinheiro. "Não atrapalha em nada a investigação. A foto não tem valor jurídico, tem valor político. E tudo o que a PF não quer é imiscuir-se no processo eleitoral. Tem que ser isenta, é polícia de Estado, não de governo, e isso contrariou a filosofia da própria PF", disse Araújo.
Indagado sobre a divulgação de fotos de outras apreensões, Araújo citou a campanha presidencial de 2002, quando a revelação de fotos de dinheiro apreendido na empresa Lunus teria afetado a candidatura de Roseana Sarney (PFL-MA). "É o que procuramos preservar, que a PF não se envolvesse em disputa eleitoral", disse o superintendente. Segundo Araújo, a investigação incluirá tomar depoimentos de cinco peritos criminais e do delegado Edmilson Pereira Bruno, que fizeram perícia no dinheiro.
Bruno, 43, disse ontem que as fotos "sumiram" de sua sala, no sétimo andar da superintendência paulistana. Segundo o delegado, pessoas não identificadas passaram a acusá-lo por telefone de vazamento. "Isso não é fato e a PF vai apurar. Estão prejudicando um profissional que tem dez anos de PF. Estou com a minha consciência tranqüila", defendeu-se. (FV e RV)


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