São Paulo, Sábado, 30 de Outubro de 1999
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PAINEL

Dinheiro jogado fora

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo pretende entregar à União o prédio que se tornou o símbolo das suspeitas de corrupção investigadas pela CPI do Judiciário. Sem recursos para terminar a obra e até para evitar sua deterioração, o TRT paulista quer passar o abacaxi para FHC.


Toma, que o filho é teu

"Não dá para deixar o prédio deteriorando. O governo poderá vendê-lo ou dar-lhe o destino que achar melhor", afirma o presidente do TRT paulista, Floriano Vaz da Silva, que vai a Brasília falar com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União).

O ovo e a galinha

Avaliação feita no Planalto: não há elemento para se dizer que existe uma inflação reprimida. Mas também não há elemento que prove o contrário.

O PMDB já sentiu

Novato em Brasília, o ministro José Carlos Dias (Justiça) já aprendeu como demitir apadrinhados políticos alheios: rapidamente, antes que o próprio saiba e comece a pressão.

O convidado paga

É de R$ 15.408,78 o valor total das diárias da comitiva que foi ontem a Washington e a Nova York, chefiada por Ornélas, para discutir a reforma previdenciária com o FMI, o BID e o Bird. Segundo o ministério, a equipe passa quatro dias nos EUA a convite das instituições.

Cadê a bússola?

Tônica da reunião de senadores da Comissão de Assuntos Econômicos na casa de Ney Suassuna, quarta à noite: acham que não é só FHC que ""está sem rumo", mas os partidos governistas também.

Balança quebrada

Convidados a posar de pé para os fotógrafos durante a entrega do resultado da sindicância feita nos bingos, Greca (Turismo) e Augusto Viveiros (Indesp) preferiram ficar sentados. "Assim a gente esconde a nossa barriga", justificou o ministro.

Receita incerta

Um cacique governista que entende de leis prevê: o governo pode até passar o rolo compressor e aprovar a nova emenda de cobrança previdenciária dos servidores inativos no Congresso, mas enfrentará uma avalanche de ações no STF, que diverge sobre a constitucionalidade.

Uma mão lava a outra
Apesar de gastar 92% de seus recursos com folha de pagamento, a Câmara Municipal de SP não dá bola para o projeto que limita em 70% as despesas com salários, aprovado em 1º turno pelos deputados. Vereadores governistas conseguiram que Pitta aumentasse a verba de 2000 da Câmara. Ou seja: não terão de cortar despesas.

Bateu, levou

Do vereador Brasil Vita (PPB-SP), sobre Collor ter dito que Maluf tem "uma dose de maluquice em estado puro": "Pensei que oito anos de reclusão tivessem tornado o Collor mais humilde. Parece que nesse tempo, na verdade, ele fez um curso de especialização na Febem".

Made in Paraguai

Idéia do secretário da Receita, Everardo Maciel, para combater o ""exportabando" de cigarros: ir na contramão e aumentar o imposto de exportação.

Desespero

Presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC) anda cumprimentando os amigos e conhecidos de um jeito novo, peculiar: ""Você acha que o Lerner ainda tem chance (de virar candidato a presidente)?".

Visão petista

Do economista Guido Mantega, assessor de Lula, sobre governistas avaliarem que só ACM ganhou ao se encontrar com o petista: ""É bobagem. A direita teve de dar o braço a torcer e passar a discutir um problema que sempre ignorou".

TIROTEIO

De Luiz Estevão (PMDB-DF), sobre o deputado Agnelo Queiróz (PC do B-DF) ter dito que o senador ""não tem condição moral para assumir o posto" de sub-relator do PPA (Plano Plurianual):
- Um sujeito que usa os amigos no governo, na polícia e na imprensa para esconder um acidente de trânsito não tem condição moral para fazer pré-julgamento sobre quem quer que seja. Melhor faria se devolvesse o dinheiro que lhe dei para a campanha eleitoral.

CONTRAPONTO

Deu a louca no ministro
O ministro Rafael Greca (Turismo) participou anteontem do lançamento de um projeto de instalação de esculturas de areia em uma praia de São Vicente, em comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
Apesar de ter recebido previamente informações sobre o evento, Greca cometeu gafes que contrariaram os organizadores. Primeiro, chamou o projeto de "concurso", o que não é.
Depois, causando constrangimento, disse que os escultores -entre eles profissionais experientes e premiados- eram garotos que teriam a oportunidade de se desenvolver e de se transformar em grandes artistas.
Nesse momento, Oswaldo Alonso, um dos organizadores, fez um pequeno discurso:
- O senhor está equivocado. Acho que a sua assessoria passou o briefing errado!
O ministro pegou o microfone e respondeu:
- O grande orador está nervoso. Mesmo porque, isso aqui tá bom mesmo é para propaganda de bronzeador!


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