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São Paulo, Sábado, 30 de Outubro de 1999
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MISÉRIA Entrega volta este fim-de-semana sem açúcar e com menos feijão Governo deixa de enviar 3,4 mi de cestas básicas
MARTA SALOMON da Sucursal de Brasília Mais de 3,4 milhões de cestas de alimentos deixarão de ser entregues neste ano pelo governo aos bolsões de pobreza do país por causa da interrupção de quase quatro meses na distribuição. A entrega será retomada neste final de semana com uma quantidade menor de feijão em cada cesta e sem açúcar. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) não conseguiu quem vendesse açúcar pelo preço máximo fixado no leilão realizado no final de setembro. Por temer um aumento de preços do feijão, com reflexo nos índices de inflação, o governo decidiu que as cestas conterão dois quilos a menos do produto. As cestas que começam a ser distribuídas neste final de semana em dois municípios de Santa Catarina e outros dois municípios de Rondônia conterão 16 quilos de alimentos para o consumo mensal. As cestas do Prodea chegaram a conter 25 quilos de alimentos. Agora serão cinco quilos de arroz e de flocos de milhos e três de feijão e de farinha de mandioca. A distribuição das cestas do Prodea foi suspensa em julho, por falta de dinheiro. No final de setembro, o presidente Fernando Henrique Cardoso determinou investimentos de mais R$ 50 milhões para reativar o programa, o que acontecerá somente agora, mais de um mês depois. Segundo a Conab, a primeira remessa de cestas deverá ser distribuída aos 1.353 municípios acompanhados pelo Programa Comunidade Solidária. A população atendida representa 30% dos brasileiros que vivem em estado de miséria extrema. São 8,6 milhões de pessoas, numa média de uma cesta para cada família. Como o governo não vai repor a essas pessoas as cestas que elas deixaram de receber, o Prodea fechará 1999 com menos cestas distribuídas em relação ao ano passado. Em 1998, foram entregues 17,9 milhões de cestas aos municípios da Comunidade Solidária. Neste ano, contando três entregas completas até o final do ano, serão 14,7 milhões de cestas. A composição das cestas tem variado nos últimos anos e sempre leva em conta o impacto nos preços dos produtos básicos e seu peso nos índices de inflação, mais do que critérios nutricionais. Como a safra do feijão foi menor do que a esperada e os preços subiram, a Conab reduziu a quantidade do produto na cesta. Para garantir a distribuição, a Conab comprou em leilão 9,8 mil toneladas de feijão, 13,3 mil toneladas de arroz, 4,3 mil toneladas de farinha de mandioca e 13,4 mil toneladas de flocos de milho. A Conab tentou comprar 5,4 mil toneladas de açúcar, mas não houve fornecedores interessados a fechar o negócio pelo preço máximo fixado pela empresa. A distribuição de cestas de alimentos ""nos focos agudos de fome" é uma das medidas listadas pelo programa de governo da reeleição do presidente FHC, que reiterou o compromisso de ""eliminar" a fome no país. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Contas públicas: Rio conclui renegociação com a União Índice |
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