São Paulo, Sábado, 30 de Outubro de 1999
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Ex-assessor depõe no MA e acusa deputado de 9 mortes

da Agência Folha, em São Luís

O deputado estadual Francisco Caíca (PSD-MA), em depoimento prestado anteontem à noite na CPI do Crime Organizado na Assembléia Legislativa do Maranhão, acusou o deputado estadual José Gerardo de Abreu (PPB-MA) de ser o mandante de pelo menos nove assassinatos desde o início da década de 80.
Caíca, visto como o "braço direito" de Abreu, e também acusado de envolvimento com o crime organizado, negou ter participado do grupo supostamente liderado pelo deputado, apesar de admitir que sabia com antecedência quando algumas das vítimas seriam assassinadas.
Abreu disse ser inocente, e seus advogados afirmaram que ele vai depor em Brasília, na CPI do Narcotráfico, no próximo dia 4.
Caíca foi assessor parlamentar de Abreu na década de 80 e confirmou que mantinha boas relações com ele "até 1994", quando foi eleito deputado estadual. Caíca foi reeleito no ano passado.
Dizendo ter recebido ameaças de morte, Caíca resolveu depor à CPI mesmo sem ter sido convocado. Ele só começou a falar depois de receber garantias de proteção para sua família.
Caíca citou o envolvimento do empresário Joaquim Felipe de Sousa Neto, o "Joaquim Lauristo", em vários assassinatos sob encomenda. Lauristo está foragido desde julho de 97, depois que foi acusado pela polícia de participação na morte do delegado Stênio Mendonça, que investigava envolvimento de políticos com roubo de carretas.
"Nunca denunciei essas coisas porque há muito tempo sou ameaçado. Viviam me dizendo que em boca fechada não entra mosquito", disse.
Segundo a polícia maranhense, Lauristo é o "segundo homem" na hierarquia do crime organizado do Estado.


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