|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-assessor depõe no MA e
acusa deputado de 9 mortes
da Agência Folha, em São Luís
O deputado estadual Francisco
Caíca (PSD-MA), em depoimento
prestado anteontem à noite na
CPI do Crime Organizado na Assembléia Legislativa do Maranhão, acusou o deputado estadual
José Gerardo de Abreu (PPB-MA)
de ser o mandante de pelo menos
nove assassinatos desde o início
da década de 80.
Caíca, visto como o "braço direito" de Abreu, e também acusado de envolvimento com o crime
organizado, negou ter participado do grupo supostamente liderado pelo deputado, apesar de admitir que sabia com antecedência
quando algumas das vítimas seriam assassinadas.
Abreu disse ser inocente, e seus
advogados afirmaram que ele vai
depor em Brasília, na CPI do Narcotráfico, no próximo dia 4.
Caíca foi assessor parlamentar
de Abreu na década de 80 e confirmou que mantinha boas relações com ele "até 1994", quando
foi eleito deputado estadual. Caíca foi reeleito no ano passado.
Dizendo ter recebido ameaças
de morte, Caíca resolveu depor à
CPI mesmo sem ter sido convocado. Ele só começou a falar depois
de receber garantias de proteção
para sua família.
Caíca citou o envolvimento do
empresário Joaquim Felipe de
Sousa Neto, o "Joaquim Lauristo", em vários assassinatos sob
encomenda. Lauristo está foragido desde julho de 97, depois que
foi acusado pela polícia de participação na morte do delegado Stênio Mendonça, que investigava
envolvimento de políticos com
roubo de carretas.
"Nunca denunciei essas coisas
porque há muito tempo sou
ameaçado. Viviam me dizendo
que em boca fechada não entra
mosquito", disse.
Segundo a polícia maranhense,
Lauristo é o "segundo homem"
na hierarquia do crime organizado do Estado.
Texto Anterior: Deputado nega a acusação Próximo Texto: Conflito: Índios ameaçam invadir aldeia no MA Índice
|