São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000 |
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PAINEL O outro PT Enquanto o PT de Marta Suplicy comemora, a ala do partido mais ligada a Lula identifica uma manobra interna para questionar a liderança do cacique petista, candidato natural da sigla para 2002. O episódio de Pelotas seria um bom pretexto. Recado interno Preocupado com o desgaste da imagem de Lula, um representante da cúpula petista diz que quem afirmou que Lula vive seu "inferno astral" é um "irresponsável" ou está de "má-fé". Vitória de Lula A próxima tarefa da ala do PT ligada a Lula será relacionar a ampla vitória do PT nas eleições municipais ao líder do partido. O feito histórico em Recife será muito valorizado. Para relativizar a estrela de Marta Suplicy. Casco danificado Sem poder esconder o sol com a peneira (os tucanos perderam as eleições nos principais colégios), o PSDB reunirá a cúpula em Brasília, talvez ainda hoje. Para tentar corrigir rumos e acertar a bússola para 2002. Professores em apuros A fina flor do tucanato irá a Brasília para avaliar o resultado das eleições. Entre eles, Tasso Jereissati (CE), José Serra (Saúde) e Paulo Renato (Educação), os principais nomes do partido para a sucessão presidencial. Começar de novo O desafio do Planalto é retomar o terreno perdido em São Paulo com vistas a 2002. O maior colégio eleitoral do país ficou dividido entre o PT, que é oposição a FHC, e Paulo Maluf, que é hostilizado pelo governo. O PSDB ficou fora do jogo, apesar do apoio ostensivo a Marta. Continua vivo O Planalto e seus aliados esperavam que Maluf tivesse algo em torno dos 35%. Já seria uma vitória. Com mais de 40%, jogando contra todos, entrou no páreo para a sucessão estadual e virou em São Paulo uma referência obrigatória para qualquer projeto presidencial em 2002. Aproveitou o vácuo Em Curitiba ocorreu o contrário de São Paulo: o PT, que nunca foi substantivo na política local, desbancou a oposição tradicional ao PFL, exercida pelos irmãos Dias (PSDB) e por Roberto Requião (PMDB). Erro fatal O ex-prefeito Paulo Maluf tem dito que tirou uma lição dos últimos quatro anos: "Nunca faça o seu sucessor, é melhor deixar o cargo para os adversários". Carimbo na testa Avaliação dos estrategistas de Maluf: "O que derrotou Maluf não foram as denúncias de corrupção. Foi o sr. Celso Pitta". Vitória possível Maluf prometera dar seu relógio a sua equipe de marketing, caso fosse eleito. Após o debate da Globo, mesmo sabendo que não ultrapassaria Marta, o ex-prefeito entregou o presente. "Também ganhei essa eleição." Retranca sensata Conhecido no PT como o maior representante da linha-dura realista, Rui Falcão, coordenador da campanha de Marta, ganhou um apelido: Felipão. Duro na queda No sábado, o senador Eduardo Suplicy repetia que não bastava vencer Paulo Maluf. Era preciso derrotá-lo por mais de 20% dos votos. "Aquele sujeito não tem espinha dorsal", disse. Outro contexto No comando da campanha de Marta há uma certeza: se Alckmin tivesse ido para o segundo turno, em vez de Maluf, dificilmente a petista seria eleita. "A eleição seria mais politizada (PT x FHC), mas o tucano teria o apoio da mídia contra nós." Clube dos grandes Após a reunião com os presidentes de partido e líderes governistas, prevista para amanhã, Marco Maciel e Aloysio Nunes (Secretaria Geral) recebem José Dirceu e João Paulo (PT) para tratar da reforma política. TIROTEIO Do líder do PPS no Senado, Paulo Hartung, comentando a vitória de Cesar Maia (PTB) sobre Luiz Paulo Conde (PFL): - Pois é, o criador voltou e comeu a criatura. CONTRAPONTO O voto mais difícil de Maluf
Momentos antes do debate da
Globo, um antigo assessor de
Maluf contou, saudoso, um episódio que resume a história e a
obstinação do ex-prefeito. |
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