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Assessor de Celso Pitta acompanha pepebista
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar das afirmações de que
estão politicamente rompidos, o
ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e o
prefeito de São Paulo, Celso Pitta,
ex-afilhado político de Maluf,
compartilharam ontem um mesmo assessor que os acompanhou,
em horários diferentes, aos respectivos locais de votações.
Pela manhã, Augusto Machado
Diniz Júnior estava com Maluf na
Faculdade de Engenharia de São
Paulo e o acompanhou durante
toda a votação. À tarde, ele se encontrou com o prefeito Celso Pitta
em um prédio da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
Lotado na Cohab (Companhia
Metropolitana de Habitação de
São Paulo), Diniz Júnior trabalha
no gabinete de Celso Pitta.
Como contratado pela Cohab, o
assessor ganha mais do que o prefeito de São Paulo. Enquanto o
prefeito recebe cerca de R$ 6.000
brutos (salário mais verba de representação), Diniz Júnior recebe
R$ 7.100 como assessor da presidência da companhia.
Diniz Júnior também é ligado a
Jesse Ribeiro, que ocupa hoje o lugar deixado pelo malufista Calim
Eid -morto em um acidente-,
tendo se transformado em um
dos principais articuladores da
campanha do PPB à prefeitura.
Ribeiro foi mantido por Pitta na
diretoria comercial da Cohab,
mesmo depois do rompimento, e
hoje é um dos encarregados pelas
campanhas de rua do PPB.
No final da tarde de ontem, após
a divulgação das primeiras pesquisas de boca-de-urna, Jesse Ribeiro e Diniz Júnior se reencontraram com Maluf.
Por volta das 18h, os dois foram
à casa do pepebista, no Jardim
Europa, para prestar solidariedade ao candidato derrotado.
Pitta
O prefeito Celso Pitta disse ontem que "de forma alguma" se
sente responsável pela derrota de
seu padrinho político, Paulo Maluf. "Ficou muito clara a posição
de Maluf de independência em relação à minha pessoa", afirmou o
prefeito sobre o pepebista.
Pitta, que disse ter votado em
branco, chegou ao prédio da FMU
às 13h acompanhado de secretários municipais.
Uma claque o aguardava e,
quando ele desceu do carro, foi
saudado com palmas e gritos de
"Pitta, Pitta". No primeiro turno,
o prefeito foi vaiado e xingado
quando deixou a FMU.
Pitta criticou a disputa pela sucessão municipal, entre Marta Suplicy (PT) e Maluf, por ter se desenvolvido "em um baixo nível".
Para ele, os candidatos não apresentaram propostas administrativas para a cidade. "O que se viu
foram ataques e ofensas pessoais", afirmou.
O prefeito disse estar convencido de que o próximo administrador irá encontrar a Prefeitura de
São Paulo "em melhores condições" do que quando ele assumiu,
em janeiro de 1997. Pitta foi secretário de Finanças na segunda gestão de Paulo Maluf na Prefeitura
de São Paulo (1993-1996).
O maior benefício que, segundo
o prefeito, ele deixará para seu sucessor é a renegociação da dívida
municipal. "Os meus sucessores
nos próximos 30 anos terão uma
tranquilidade administrativa que
eu não tive", declarou.
"Espero que o futuro prefeito
não decepcione e cumpra as promessas feitas em campanha", disse Pitta. Para ele, sua administração fez um "trabalho excepcional" diante dos "obstáculos" que
enfrentou.
Ele aproveitou para criticar o
governo do Estado, "que sempre
se posicionou contra" sua administração, o governo federal, "que
não liberou recursos", e o Ministério Público, "que sempre se
preocupou em agredir".
Pitta voltou a afirmar que pretende disputar um cargo político
em 2002 -provavelmente, uma
cadeira na Câmara dos Deputados-e disse que já recebeu "inúmeros" convites de trabalho para
quando deixar a prefeitura. No
entanto, ele não revelou quem o
convidou para trabalhar.
Colaborou CHICO DE GOIS, da Reportagem Local
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