DA REPORTAGEM LOCAL

Luiza Erundina diz que não pretende ter uma participação direta na administração da prefeita eleita, Marta Suplicy, do PT. Ela prefere se dedicar à consolidação de seu partido, o PSB, e concluir o mandato de deputada federal.
"Todos nós que apoiamos a Marta e fizemos derrotar o malufismo de uma vez por todas temos a responsabilidade de ajudar a governar a cidade. Mas quero ser uma interlocutora entre o governo e a sociedade, sobretudo os setores mais marginalizados", diz.
Ao votar, ontem, às 11h, numa escola na Vila Clementino, Erundina lamentou que Marta não tivesse sido mais incisiva ao rebater as críticas de Maluf a seu governo.
Sobre uma eventual participação no secretariado, a ex-prefeita diz que só assumiria um cargo se fosse determinação do PSB: "Temos outros quadros no partido".
"Se Marta fizer a composição de uma equipe ampla, plural, uma aliança com a sociedade civil, poderá criar as condições para administrar a herança maldita que está recebendo", diz Erundina.
Para e ex-prefeita, a dificuldade maior será administrar uma dívida financeira e social que não tem solução técnica nem administrativa: "A solução terá que ser política. Há uma demanda reprimida por serviços públicos e há uma dívida financeira de R$ 18 bilhões".
Erundina diz que Maluf criticou o seu governo, "de forma absolutamente irresponsável", porque não tinha o que dizer.
"Ele mentiu o tempo todo. No último debate, disse que tinha concluído os mutirões. É mentira, ele não concluiu nenhum dos mutirões. Foram 10 mil unidades que ficaram para concluir", afirma a deputada.
"Eu lamentei que a Marta não tivesse sido mais incisiva desde o primeiro debate, no primeiro turno, quando Maluf, por exemplo, criticou a política de cultura."
Depois de votar, Erundina disse que acompanharia a apuração em casa, tendo cancelado a participação em programas de televisão por causa de um resfriado.
"Já fiz a minha parte. Ajudei no que podia no segundo turno", disse a ex-prefeita.
(FREDERICO VASCONCELOS)


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