São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000

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SANTOS
Pepebista consegue inverter quadro do primeiro turno, quando ficou com 37,8% dos votos, atrás de Telma, que teve 43,7%; prefeito diz que prioridade é geração de empregos
Beto Mansur obtém 52,21% e é reeleito

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB), foi reeleito ontem com 52,21% dos votos válidos, totalizando 139.788. Ele venceu a petista Telma de Souza, que recebeu 47,79%, 127.934 votos.
O resultado confirmou a pesquisa de boca-de-urna do Datafolha, que dava 52,51% a Mansur e 47,5% para Telma.
O prefeito conseguiu virar a eleição, pois havia chegado em segundo lugar no primeiro turno, com 37,8%, atrás de Telma, com 43,7%.
O resultado de ontem é a segunda vitória consecutiva de Mansur sobre Telma de Souza numa decisão em segundo turno.
Em 96, o candidato do PPB conquistou seu atual mandato ao superar a deputada por 51,4% a 48,5% dos votos válidos.
Na ocasião, Mansur interrompeu uma sequência de oito anos de governos petistas -Telma de Souza (89-92) e David Capistrano (93-96).
O prefeito disse que terá como prioridade induzir a geração de empregos na cidade. Durante a campanha eleitoral, Mansur prometeu criar 10 mil novas vagas.
O prefeito afirmou que seu novo secretariado incluirá representantes dos partidos que, no segundo turno, se agregaram à coligação que o apoiou.
Dentre esses partidos estão o PST, do candidato derrotado Tomas Soderberg, e o PTB, cujo candidato foi o ex-deputado federal Vicente Cascione, que deverá deixar a legenda e se transferir para o PMDB.
Segundo a Agência Folha apurou, passada a eleição, Mansur também poderá trocar de partido. Depois de passar por PSDB e PDT antes de se filiar ao PPB, ele agora pode migrar para o PTB.
Rindo, o prefeito negou, ao ser indagado sobre o assunto pela reportagem. "Não tem nada disso. Vou ficar quieto no meu canto."
Vereadores da atual bancada governista que não se reelegeram também deverão ganhar espaço em uma eventual futura administração, segundo Mansur.
Um desses casos é o de Marcus De Rosis (PTB). "Ele (De Rosis) será abrigado em algum lugar. É um bom quadro, que não pode ficar de fora", declarou o prefeito.
Na avaliação de Mansur, o tom denuncista que o PT imprimiu à campanha está entre os principais fatores de sua vitória.
Para ele, o eleitorado santista não absorveu uma campanha baseada em acusações. "A Telma bateu muito na gente. Acho que esse foi o grande erro", afirmou.
A avaliação é compartilhada por integrantes da cúpula da campanha petista consultados ontem pela Agência Folha.
Segundo eles, o denuncismo excessivo no segundo turno e supostos erros na condução do programa de TV teriam sido os equívocos causadores da derrota.

Militância
Ontem, a principal preocupação da candidata do PT foi orientar a militância para tentar reduzir ao máximo a abstenção na Zona Noroeste (periferia), principal reduto eleitoral do partido. Por conta disso, Telma passou a maior parte do dia na região.
Pela manhã, ela acusou seu adversário de espalhar pela cidade faixas que a vinculavam ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo a candidata, os próprios militantes petistas arrancaram as faixas, na noite de sábado. Beto Mansur disse desconhecer o fato e negou a acusação.


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