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CAMPINAS
Toninho vai administrar cidade com uma dívida de R$ 699 milhões
Petista confirma seu favoritismo
MARCO BENATTI
EDITOR DA FOLHA CAMPINAS
O arquiteto Antonio da Costa
Santos, o Toninho (PT), é o novo
prefeito de Campinas. Ele foi eleito ontem com 290.132 votos,
59,79% dos votos válidos.
O candidato derrotado Carlos
Sampaio, o Carlão (PSDB), teve
195.143 votos, 40,21% dos válidos.
Segundo a Justiça Eleitoral, a abstenção ficou em 16,32%.
Toninho vai administrar a cidade de 2001 a 2004. Esta é a segunda
vez que o PT vence a eleição para
prefeito em Campinas.
Em 89, Jacó Bittar (hoje no PSB)
venceu a eleição tendo Toninho
como seu vice.
Na primeira vez que administrou Campinas, o PT rachou e Jacó deixou o partido após Toninho
denunciar irregularidades na licitação de obras.
A primeira ação do prefeito será
a discussão do Orçamento previsto para 2001 com o Legislativo e
com o atual prefeito, Francisco
Amaral (PPB).
É a partir desta discussão que
Toninho pretende traçar as estratégias de seu mandato.
O petista disse que vai começar
a estudar, nos próximos dias, o futuro secretariado que, segundo
ele, pode ser formado por especialistas que não integram o meio
político.
A apuração dos votos começou
às 18h no Ginásio da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) e terminou às 21h20. Toninho chegou à Unicamp às 19h45 e
foi carregado pela militância petista, que contou com cerca de
3.500 pessoas, segundo a Polícia
Militar.
"Cidade-problema"
Toninho assume, em 1º de janeiro de 2001, uma cidade falida. Ele
vai herdar uma dívida de R$ 699
milhões, o equivalente a 91,5% do
Orçamento de 2001 -R$ 764 milhões.
A violência é o principal problema da cidade, segundo eleitores
ouvidos pelo Datafolha em março. Este ano, a cidade já acumulou
mais de 500 assassinatos.
O déficit habitacional é de 40
mil moradias, cerca de 5.000
crianças estão fora da escola e o
desemprego atinge 77,8 mil campineiros. Na saúde, os usuários da
rede pública esperam, em média,
quatro horas na fila para conseguir atendimento.
Participaram desta cobertura Raquel Lima e Ricardo
Brandt, da Folha Campinas, e
Ana Paula Margarido, Ademar
Martins Ferreira e Cássia de
Souza, free-lance para Folha
Campinas
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