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"Perder é próprio de guerreiro", diz PFL
DO ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
"Perder uma batalha é próprio
de todo guerreiro. Ninguém vai
chorar", disse o prefeito licenciado de Recife, Roberto Magalhães
(PFL), a cerca de 300 cabos eleitorais. Estavam junto com ele o vice-presidente Marco Maciel
(PFL), o governador Jarbas Vasconcellos (PMDB) e o deputado
Inocêncio Oliveira (PFL), cotado
para a presidência da Câmara.
Os três tentaram minimizar a
derrota, definindo o resultado como "episódio eleitoral".
O candidato pefelista não quis
comentar os motivos da derrota:
"Não sou cientista político".
Durante o dia, antes de saber o
resultado, Magalhães atribuiu indiretamente à política econômica
do governo federal a disputa
apertada com o PT em Recife.
"Claro que houve uma insatisfação, que não é comigo, que tenho
70% de aprovação nas pesquisas.
Em algumas cidades, como aqui,
foi um recado (o desempenho da
oposição)", disse Magalhães.
Em frente ao Colégio São Luís,
sua seção eleitoral, o Exército e seguranças pefelistas tiveram de improvisar um cordão de isolamento para permitir a entrada do carro de Magalhães, cercado de manifestantes do PT.
Magalhães evitou citar o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas seus auxiliares
afirmaram reservadamente que
deu certo a estratégia petista de
"federalizar" o pleito, para ligar
Magalhães a FHC, apoiado pelo
PFL, partido do prefeito.
Outro dado que contribuiu para
dificultar a campanha pefelista,
segundo seus próprios cabos eleitorais, foi o perfil passional do
candidato. Durante toda a campanha, o PT e os demais adversários exploraram a ida dele a um
jornal com um revólver na cintura para ameaçar um colunista.
O jornalista sugeriu que Magalhães tinha a intenção de modificar o projeto de um monumento
fálico devido à pressão da mulher,
a evangélica Jane Magalhães.
O prefeito licenciado nega a intenção e a pressão. Jane, que evita
a imprensa, também negou ontem que tivesse feito lobby contra
o monumento, que está sendo
construído sem modificação.
Ele admite que seu temperamento "pode ter tido influência"
para barrar a vitória quase certa
no primeiro turno.
(KA)
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