São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000

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"Perder é próprio de guerreiro", diz PFL

DO ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

"Perder uma batalha é próprio de todo guerreiro. Ninguém vai chorar", disse o prefeito licenciado de Recife, Roberto Magalhães (PFL), a cerca de 300 cabos eleitorais. Estavam junto com ele o vice-presidente Marco Maciel (PFL), o governador Jarbas Vasconcellos (PMDB) e o deputado Inocêncio Oliveira (PFL), cotado para a presidência da Câmara.
Os três tentaram minimizar a derrota, definindo o resultado como "episódio eleitoral".
O candidato pefelista não quis comentar os motivos da derrota: "Não sou cientista político".
Durante o dia, antes de saber o resultado, Magalhães atribuiu indiretamente à política econômica do governo federal a disputa apertada com o PT em Recife.
"Claro que houve uma insatisfação, que não é comigo, que tenho 70% de aprovação nas pesquisas. Em algumas cidades, como aqui, foi um recado (o desempenho da oposição)", disse Magalhães.
Em frente ao Colégio São Luís, sua seção eleitoral, o Exército e seguranças pefelistas tiveram de improvisar um cordão de isolamento para permitir a entrada do carro de Magalhães, cercado de manifestantes do PT.
Magalhães evitou citar o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas seus auxiliares afirmaram reservadamente que deu certo a estratégia petista de "federalizar" o pleito, para ligar Magalhães a FHC, apoiado pelo PFL, partido do prefeito.
Outro dado que contribuiu para dificultar a campanha pefelista, segundo seus próprios cabos eleitorais, foi o perfil passional do candidato. Durante toda a campanha, o PT e os demais adversários exploraram a ida dele a um jornal com um revólver na cintura para ameaçar um colunista.
O jornalista sugeriu que Magalhães tinha a intenção de modificar o projeto de um monumento fálico devido à pressão da mulher, a evangélica Jane Magalhães.
O prefeito licenciado nega a intenção e a pressão. Jane, que evita a imprensa, também negou ontem que tivesse feito lobby contra o monumento, que está sendo construído sem modificação.
Ele admite que seu temperamento "pode ter tido influência" para barrar a vitória quase certa no primeiro turno. (KA)


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