São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000

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Petista anuncia visita a PMs em greve

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Após saber o resultado que lhe deu a Prefeitura de Recife, o petista João Paulo disse que vai visitar os policiais militares em greve e que se propõe a coordenar a formação de uma comissão na Assembléia Legislativa.
O prefeito eleito afirmou que vai trabalhar para que haja anistia aos presos e melhoria das condições de trabalho. "Não existe greve que não acaba nunca. Uma greve não pode permanecer por tempo indeterminado."
Apesar da articulação, João Paulo descartou o papel de intermediário nas negociações entre o governo do Estado e os grevistas, que estão parados há 12 dias.
O petista disse que enfrentou as máquinas dos governos federal, estadual e municipal e que sua vitória nesta eleição tem muito mais força por causa disso.
Cerca de 1.500 manifestantes comemoravam em frente ao comitê do candidato na noite de ontem. O petista sambou na sacada de seu comitê após o resultado.
Mais tarde, os petistas organizaram uma festa no Recife antigo, bairro boêmio da cidade, que deveria continuar noite adentro.
"Não há derrotado e vencedor nesta eleição. O que houve foi uma disputa política. Jarbas não foi derrotado (referindo-se ao governador Jarbas Vasconcellos, principal cabo eleitoral de Magalhães)", disse o prefeito eleito a militantes que comemoravam.
O petista descartou um boicote ao seu governo. "Seria um boicote não a mim, mas ao povo da cidade de Recife. Jarbas não vai dar as costas para o povo", afirmou.
Já pensando em seu governo, disse que a composição do secretariado será de políticos e técnicos. Ele vai montar uma equipe de transição para tomar conhecimento da situação da prefeitura.
Nos dias 10,11 e 12 João Paulo deve viajar a São Paulo para encontro de prefeitos eleitos petistas, a convite do líder do partido Luiz Inácio Lula da Silva.
Classificado como o mais "zen" dos políticos pernambucanos, João Paulo é ex-metalúrgico e ex-militante da Ação Católica Operária. Ele defende a implantação do "socialismo democrático no país", mas diz que sabe das dificuldades para "mudanças isoladas". (FG)


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