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Presidente eleito se encontra pela primeira vez com Fernando Henrique após eleição
Lula escolhe Palocci para liderar equipe de transição
Lula Marques/Folha Imagem
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Gushiken, Palocci, Dirceu, Alencar e o presidente eleito, Lula, reúnem-se no Planalto com FHC, Maciel, Malan, Parente e Scalco |
FÁBIO ZANINI
PLÍNIO FRAGA
ENVIADOS ESPECIAIS A BRASÍLIA
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente eleito Luiz Inácio
Lula da Silva, depois de reunião
de duas horas no Palácio do Planalto com o presidente Fernando
Henrique Cardoso e sua equipe,
anunciou um único nome da sua
equipe de transição, o coordenador Antônio Palocci Filho. O petista afirmou que fez uma opção
mais técnica do que política em
razão das especulações em torno
de seu futuro ministério.
"Todo dia de manhã, quando eu
levantava e abria o jornal, vocês
[jornalistas] já tinham indicado
um ministro. Então resolvemos
separar a equipe de transição da
discussão da montagem do governo", afirmou Lula. O ministério só deve ser anunciado na primeira quinzena de dezembro.
Em estratégia para conter as
análises frequentes de que o presidente nacional do PT, José Dirceu, será o homem forte de seu
governo, Lula atribuiu a si, pela
primeira vez de forma tão clara e
direta, a responsabilidade de escolha do novo ministério.
"A montagem de governo será
conduzida por mim, mas ouvindo os partidos políticos e os setores da sociedade. Quando vocês
quiserem saber de transição, procurem o Palocci. Quando quiserem saber de negociação com o
Congresso, procurem os líderes
João Paulo Cunha [deputado federal do PT-SP] e Tião Viana [senador do PT-AC]. Sobre ministros, eu procuro vocês", disse, se
referindo aos jornalistas.
A decisão de formar uma equipe eminentemente técnica de
transição foi tomada pela direção
petista com o intuito de evitar que
ela fosse confundida com o futuro
ministério. Figuras proeminentes, como o senador eleito Aloizio
Mercadante ou o deputado federal José Genoino, ficaram de fora.
A face "política" da transição ficará a cargo de Dirceu, que coordenará um conselho formado por
partidos políticos que apóiam Lula. Enquanto Palocci cuidará do
detalhamento técnico da transição, Dirceu ficará liberado para
tratar da costura política que levará à formação do ministério.
Em seu primeiro pronunciamento como coordenador da
equipe de transição, Palocci, 42,
que é médico, deixou claro que o
governo eleito não pretende dividir com a atual administração a
responsabilidade pelo manejo da
política econômica.
"Não estamos nos colocando
como co-partícipes das questões
do atual governo. É evidente que
acompanharemos o processo de
transição, mas, até 31 de dezembro, vamos ter absoluto respeito
pelas decisões tomadas pelo atual
governo", declarou Palocci, prefeito de Ribeirão Preto (SP), cujo
prazo de licença se esgotou ontem. Palocci acredita que pode
acumular as duas funções..
Foi o primeiro encontro entre
Lula e FHC após a vitória do petista. Os dois conversaram privadamente por 55 minutos.
Após a conversa, iniciaram reunião de uma hora e cinco minutos
com Dirceu, Palocci, o vice eleito
José Alencar, Luiz Gushiken, Gilberto Carvalho, com o atual vice-presidente Marco Maciel e os ministros Pedro Malan (Fazenda),
Pedro Parente (Casa Civil) e Euclides Scalco (Secretaria Geral).
Palocci, que coordenou o programa de governo de Lula, chefiará agora uma equipe de cerca de
50 técnicos, que serão os responsáveis por colher as informações
de governo. Os nomes devem sair
dentro de dois dias e devem incluir pessoas de outras filiações
partidárias e técnicos não ligados
a qualquer legenda.
Palocci disse que a equipe de
Lula deve participar da revisão do
acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), mas novamente deixou para o atual governo a responsabilidade pela negociação.
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