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São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2003

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SIVAM

Pagamento à Raytheon é suspenso

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica) confirmou ontem que a comissão coordenadora do projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) suspendeu por tempo indeterminado o pagamento de US$ 72 milhões à empresa norte-americana Raytheon.
O motivo é o atraso no cronograma de entrega de equipamentos do sistema VHF, um conjunto de rádios de alta frequência que permitem as comunicações de unidades dos CRVs (Centros Regionais de Vigilância) e as aeronaves que fazem a vigilância aérea.
O CRV de Manaus, inaugurado há 13 meses, opera com um sistema da própria Aeronáutica, segundo o Cecomsaer.
O Cecomsaer negou que os equipamentos da Aeronáutica utilizados pelo CRV de Manaus estejam totalmente defasados, comprometendo as operações de vigilância, mas alertou que o atraso da Raytheon pode afetar as operações dos CRVs de Porto Velho e de Belém, que estão em fase de conclusão. "Os centros de Porto Velho e Belém terão um atraso, não podemos especificar o tempo", diz o Cecomsaer.
A Agência Folha procurou no Rio de Janeiro o representante da Raytheon, Gregory Vukfich, mas ele não foi localizado até o fechamento desta edição.
O Sivam é uma rede de vigilância com aviões, radares de solo, bases de recepção e tratamento de dados para controlar os 5,2 milhões de km2 da Amazônia brasileira. Com custo total de US$ 1,4 bilhão, o Eximbank dos EUA financiou a aquisição de equipamentos pelo governo brasileiro. Só o sistema de VHF tem contrato de US$ 760 milhões, dos quais US$ 688 milhões já foram pagos.
Os radares, situados em pontos estratégicos, fazem a defesa militar permitindo maior precisão na intercepção de aeronaves clandestinas, principalmente aquelas usadas pelos narcotraficantes na fronteira com países como Colômbia e Bolívia. Nesse caso, um novo sistema de VHF é essencial nas operações, diz um especialista ouvido pela Agência Folha.
O Cecomsaer diz que o Sivam já opera com 85% de sua capacidade com o CRV de Manaus.


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