|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SIVAM
Pagamento à Raytheon é suspenso
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica) confirmou ontem que a comissão coordenadora do projeto
Sivam (Sistema de Vigilância da
Amazônia) suspendeu por tempo
indeterminado o pagamento de
US$ 72 milhões à empresa norte-americana Raytheon.
O motivo é o atraso no cronograma de entrega de equipamentos do sistema VHF, um conjunto
de rádios de alta frequência que
permitem as comunicações de
unidades dos CRVs (Centros Regionais de Vigilância) e as aeronaves que fazem a vigilância aérea.
O CRV de Manaus, inaugurado
há 13 meses, opera com um sistema da própria Aeronáutica, segundo o Cecomsaer.
O Cecomsaer negou que os
equipamentos da Aeronáutica
utilizados pelo CRV de Manaus
estejam totalmente defasados,
comprometendo as operações de
vigilância, mas alertou que o atraso da Raytheon pode afetar as
operações dos CRVs de Porto Velho e de Belém, que estão em fase
de conclusão. "Os centros de Porto Velho e Belém terão um atraso,
não podemos especificar o tempo", diz o Cecomsaer.
A Agência Folha procurou no
Rio de Janeiro o representante da
Raytheon, Gregory Vukfich, mas
ele não foi localizado até o fechamento desta edição.
O Sivam é uma rede de vigilância com aviões, radares de solo,
bases de recepção e tratamento de
dados para controlar os 5,2 milhões de km2 da Amazônia brasileira. Com custo total de US$ 1,4
bilhão, o Eximbank dos EUA financiou a aquisição de equipamentos pelo governo brasileiro.
Só o sistema de VHF tem contrato
de US$ 760 milhões, dos quais
US$ 688 milhões já foram pagos.
Os radares, situados em pontos
estratégicos, fazem a defesa militar permitindo maior precisão na
intercepção de aeronaves clandestinas, principalmente aquelas
usadas pelos narcotraficantes na
fronteira com países como Colômbia e Bolívia. Nesse caso, um
novo sistema de VHF é essencial
nas operações, diz um especialista
ouvido pela Agência Folha.
O Cecomsaer diz que o Sivam já
opera com 85% de sua capacidade com o CRV de Manaus.
Texto Anterior: Ministra no fogo: Benedita deve ser alvo de ação de improbidade Próximo Texto: Fisco em guerra: Câmara faz "desagravo" à Receita e ataca corregedor-geral do órgão Índice
|